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Dom Pedro II — Imperador do Brasil
Dom Pedro II — Imperador do Brasil

O IMPERADOR BRASILEIRO PEDRO II

 

O MAIOR DE TODOS OS BRASILEIROS

 

No alto de minhas Trôpegas e mal traçadas reminiscências, já tive a felicidade de escrever sobre músicos, escritores, dias, meses, fatos, até sobre imperadores.

 

Estes, Pessoas que tiveram a honra de conseguir tratamento tão majestoso e supremo. NA LITERALIDADE SERIA AQUELE que SE PREPARA CONTRA, COMO SE A LITERALIDADE FOSSE CAPAZ DE TRADUZIR ALGUMA COISA FIELMENTE. NA VERDADE TRATA-SE DO GRANDE SOBERANO QUE ALGUMAS NAÇÕES CONSAGRAM COMO CHEFE SUPREMO DE GOVERNO E DE ESTADO.

 

Hoje eu decidi escrever sobre o maior de todos os brasileiros. Um grande herói, que merece todo meu respeito, apesar de eu não ver mais o reconhecimento do qual ele é merecedor. Numa época em que o país vive num emaranhado de sujeiras, roubalheiras, corrupção, chego a me perguntar se vale a pena apostar em salvadores da pátria. Penso que devemos confiar em quem de fato foi preparado para governar e não nos que se aproveitam de uma situação qualquer e chegam ao poder sem ter a menor condição para isso. Acima de tudo, o Brasil , bem como qualquer outra nação do mundo, precisa de políticos preparados... é cediço que salvadores, idealistas, mercenários, utópicos, bem como os “gente boa” não resolvem os problemas de um povo. Ao contrário, trazem problemas, na maioria das vezes, incontornáveis a curto e médio prazo.

 

Pois bem, meu homenageado foi desde muito novo preparado para o poder, educado para isso, erudito, hábil em várias línguas. um grande imperador, aclamado como: “o maior brasileiro”, não por acaso também chamado de o magnânimo.

 

SEU NOME: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

 

Desde os cinco anos de idade, preparou-se, realmente, para a arte de governar, vivenciou toda uma rede de intrigas políticas, característica que sempre rodeou os gananciosos pelo poder.

 

Mas, que fez de nosso imperador um homem com senso patriótico extraordinário, além de grande amor pelo seu povo. 
Assumiu o império a beira da desintegração e transformou o Brasil numa potÊncia emergente. Em grande parte o sucesso da nação deu-se exatamente pela estabilidade política, liberdade de expressão, com respeito aos direitos civis. Tinha como forma de governo uma funcional monarquia parlamentar constitucional.

 

O próprio imperador liderou os exércitos nos conflitos internacionais dos quais saiu vitorioso: Guerra do Prata, Guerra do Uruguai e Guerra do Paraguai.

 

Foi um erudito, que promoveu de todas as formas o conhecimento, cultura, ciências. Era respeitado por grandes personalidades como Charles Darwin, Nietzsche, Graham Bell, Richard Wagner, Louis Pasteur, dentre tantos outros.

 

Era amado pelo povo, mas, os sedentos pelo poder queriam implantar a república, como pretexto para conseguir o poder e as grandes realizações do nosso grande brasileiro foram desfeitas rapidamente, devido ao longo período de governos fracos e ditatoriais que se seguiram. Tanto que os próprios responsáveis por seu exílio num futuro não muito distante passaram a enxerga-lo com um modelo para a república brasileira.

 

Sua mãe faleceu quando ele ainda tinha um ano de idade, o pai tinha abdicado do governo e voltou para Portugal e ficaram responsáveis por sua criação : Jose Bonifacio de Andrada (o tutor), Mariana Carlota de Verna Magalhaes Coutinho e Rafael, um veterano negro da GUERRA DA CISPLATINA.

 

Pedro II passava os dias estudando, com apenas duas horas livres para recreação. Acordava às 6h30 da manhã e começava seus estudos às sete, continuando até as dez da noite, quando ia para cama. Tomou-se grande cuidado em sua educação para formar valores e personalidade diferente da impulsividade e irresponsabilidade demonstradas por seu pai. Sua paixão por leitura lhe permitiu assimilar qualquer informação. Pedro II não era um gênio, mas inteligente e com grande capacidade para acumular conhecimento facilmente.

 

Sua maioridade prematura acabou servindo para estabilizar o Brasil que atravessava um momento de muitos conflitos internos.

 

O Imperador percebeu que devia governar como uma espécie de juiz imparcial, deixando de lado seus próprios conceitos pessoais de modo a não atrapalhar o seu dever de resolver as disputas políticas partidárias.

 

Sempre foi um monarca dedicado, indo pessoalmente visitar repartições públicas, por exemplo. Todos os súditos se impressionavam com a sua aparente auto-confiança.

 

Os políticos tentavam manipulá-lo de todas as formas , seja afastando os inimigos políticos do seu convívio, seja arrumando um casamento com uma princesa. Arranjaram uma foto para iludir o imperador e este acabou se casando por procuração, só vindo a conhecer sua esposa 5 meses depois do casamento e a decepção foi nítida do monarca.

 

O imperador amadureceu e suas fraquezas desapareceram e suas qualidades de caráter vieram a tona. Tornou-se não só imparcial e dedicado, mas também cortês, paciente e sensato. A medida que ele foi exercendo por completo sua autoridade imperial, suas novas habilidades sociais e dedicação ao governo contribuíram grandemente para a eficiência de sua imagem pública.

 

Como um poderoso chefão, mantinha suas emoções sob controle absoluto. Jamais perdia a cabeça ou era rude. Discreto com as palavras e sempre agindo com cautela.

 

Foi percebendo o quanto era bem aceito nas suas viagens pelo país e foi removendo os bajuladores e políticos manipuladores do seu círculo íntimo.

 

Sua habilidade para resolver os conflitos internacionais foi sempre digna de destaque.
O sucesso do Império em sua atuação nas três crises internacionais aumentou consideravelmente a estabilidade e prestígio da nação, e o Brasil emergiu como um poder no hemisfério. Internacionalmente, os europeus começaram a enxergar o país como personificador de ideais liberais familiares, como liberdade de imprensa e respeito constitucional a liberdades civis.

 

Sua monarquia parlamentarista representativa se firmava em grave contraste a mistura de ditaduras e instabilidade endêmica as demais nações da América do Sul durante este período. 
O país começou a gozar de estabilidade econômica e política; Pedro II não era uma simples figura ornamental como os monarcas da Grã-Bretanha e nem um autocrata à maneira dos czares russos.

 

O imperador exercia poder através da cooperação com políticos eleitos, interesses econômicos e apoio popular. Esta interdependência e interação fizeram muito para influenciar a direção do reinado de Pedro II.

 

Os mais notáveis sucessos políticos do imperador foram alcançados devido a maneira cooperativa e de não-confrontação quanto a interação com interesses diversos e com as figuras partidárias nos quais ele tinha que lidar.

 

Ele era impressionantemente tolerante, raramente se ofendendo com críticas, oposição, ou mesmo incompetência. Ele era cuidadoso em nomear somente candidatos altamente qualificados para posições no governo, e buscava coibir a corrupção.

 

Ele não tinha autoridade constitucional para forçar a aceitação as suas iniciativas sem o devido apoio, e sua maneira colaboradora quanto a governar manteve a nação progredindo e permitiu ao sistema político funcionar com sucesso.

 

O imperador aprendeu a controlar seu destino, muito devido ao que viveu na infância sem os pais e pelas explorações dos políticos durante a sua juventude. Entendia que para atingir a própria governança era fundamental obter o poder e mantê-lo. Sempre respeitou o parlamento, mesmo com as muitas resistências dos oposicionistas.

 

Nosso herói era um trabalhador compulsivo, com uma rotina exigente e extenuante. Normalmente acordava as sete da manhã e não dormia antes das duas da madrugada do dia seguinte. Seu dia inteiro era reservado aos negócios de Estado e o pouco tempo livre disponível era gasto lendo e estudando.

 

O imperador vestia-se de forma simples: uma casaca, calça e gravata pretas. Para ocasiões especiais ele usava o uniforme de gala e só aparecia vestido com o manto imperial e com a coroa e cetro duas vezes ao ano: na abertura e encerramento da Assembléia Geral.

 

Obrigava políticos e funcionários públicos a seguirem seus exemplos de padrões exigentes. Exigia que os políticos trabalhassem oito horas por dia e adotou uma política exigente de seleção de funcionários públicos baseada na moralidade e mérito.

 

Para dar a todos o padrão, ele próprio vivia de forma simples. Bailes e eventos de corte cessaram após 1852. Ele também recusou as reiteradas propostas para aumentarem o valor de sua remuneração, desde 1840, quando representava 3% dos gastos públicos, até 1889, quando havia caído para 0,5%. Ele recusava luxo, uma vez explicando: "Também entendo que despesa inútil é furto a Nação".

 

Era um grande defensor da ciência, como comentou em seu diário que "Nasci para consagrar-me às letras e às ciências ",

 

Se dedicava a antropologia, geografia, medicina, direito, religião, filosofia, pintura, escultura, teatro, música, química , poesia e tecnologia.

 

Sua paixão linguística sempre fez com que estudasse novas línguas era fluente em português, latim, Frances, alemão, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito,chinês, provençal e tupi.

 

Era admirado por grandes personalidades como Nietsche, Vitor Hugo. Foi membro da Academia de Ciencias da Russia, da Royal Society, da Academia de Ciencias e Artes da Belgica, dentre outras.

 

Sentia a necessidade de criar um sentimento de identidade nacional brasileira e criou: o instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para promover pesquisa e preservação nas ciências históricas, geográficas, culturais e sociais. A Imperial Academia de Música e Ópera Nacional e o Colégio Pedro II, servindo como modelo para escolas por todo o Brasil. A Imperial Escola de Belas Artes, estabelecida por seu pai, recebeu maior apoio e fortalecimento. Pedro II providenciou bolsas de estudo para brasileiros frequentarem universidades, escolas de arte e conservatórios musicais na Europa.Financiou a criação do Instituto Pasteur, assim como a casa de ópera Bayreuth Festspielhaus de Wagner, além de outros projetos semelhantes.

 

Seus esforços foram reconhecidos até no exterior. Darwin disse sobre ele: "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito."

 

O Brasil vivia uma época de grande prosperidade e paz. O Imperador defendia radicalmente a liberdade de expressão, incentivava os jornais da capital e província e via dessa forma uma maneira de manter conhecimento da opinião pública e da situação da nação.

 

Sempre tinha contato direto com os súditos. Dava a oportunidade de audiências públicas regulares nas terças e sábados, onde qualquer do povo, até os escravos, podiam fazer parte e apresentar suas petições e contar os seus problemas. Visitava também escolas, colégios, prisões, fábricas, quartéis, etc.

 

Foi hábil nos conflitos diplomáticos, chegando até a cortar relações diplomáticas com a Grã-Bretanha em 1863. Com isso, conflitos se instalaram no sul e para demonstrar a soberania brasileira o próprio imperador se voluntariou para participar da Guerra do Paraguai.

 

Pedro II decidiu ir à frente de batalha pessoalmente. Tanto o gabinete quanto a Assembleia Geral se recusaram a aquiescer ao desejo do imperador. Após receber também a recusa do Conselho de Estado, Pedro II fez o seu memorável pronunciamento: "Se os políticos podem me impedir que siga como imperador, vou abdicar e seguir como voluntário da Pátria"—uma alusão aos brasileiros que se voluntariaram para ir a guerra e que ficaram conhecidos por toda a nação como "Voluntários da Pátria". O próprio monarca foi chamado popularmente de "Voluntário número um".

 

O imperador partiu para o sul em Julho de 1865. Desembarcou no Rio Grande do Sul poucos dias depois e seguiu de lá por terra. A jornada foi realizada montada a cavalo e por carretas, e à noite o imperador dormia em tenda de campanha. Pedro II alcançou Uruguaiana, ocupada pelo exército paraguaio, em 11 de setembro. Quando de sua chegada, a força paraguaia já se encontrava cercada.

 

O imperador cavalgou a uma distância de um tiro de rifle de Uruguaiana para demonstrar sua coragem, mas os paraguaios não o atacaram. Para evitar mais derramamento de sangue, ele ofereceu os termos de rendição ao comandante paraguaio, que os aceitou.

 

A coordenação das operações militares pelo próprio imperador e seu exemplo pessoal teve um papel decisivo na repulsa à invasão paraguaia do território brasileiro. Havia uma crença generalizada de que a guerra estava próxima de seu fim e que a rendição de López era iminente. Antes de partir de Uruguaiana, ele recebeu o embaixador britânico Edward Thornton, que se desculpou publicamente em nome da rainha Vitoria e do governo britânico pela crise entre os dois Impérios. O imperador considerou suficiente esta vitória diplomática sobre a mais poderosa nação do mundo e reatou relações amistosas entre as duas nações. Ele retornou ao Rio de Janeiro e foi recebido com enormes celebrações.

 

Nosso herói era Aclamado e idolatrado por seu povo.

Mais de 50 mil soldados brasileiros morreram e os custos da guerra foram equivalentes a onze vezes a receita anual do governo. No entanto, o país se encontrava tão próspero que o governo pôde quitar o débito em apenas dez anos. O conflito foi um estímulo para a produção e para o crescimento econômico nacional. Pedro II recusou a proposta da Assembléia Geral de erguer uma estatua equestre sua para comemorar a vitória e ao invés preferiu utilizar o dinheiro necessário para construir escolas de ensino primário.

 

O imperador sempre foi contrário a escravidão e sempre evidou esforços no sentido de promover a abolição definitiva da escravatura. O imperador nunca possuiu escravos. Ao longo de seu governo a população de escravos já havia caído pela metade. O grande problema que o imperador via em abolir definitivamente a escravidão era o possível impacto na economia nacional, visto que todos possuíam escravos do mais rico ao mais pobre. O imperador não tinha autoridade constitucional para diretamente intervir e por um fim na escravidão. Precisaria usar todos seus esforços para convencer, influenciar e ganhar o apoio do parlamento.

 

Em 22 de maio de 1888, acamado e ainda se recuperando no exterior de uma doença, recebeu a notícia de que a escravidão havia sido abolida no Brasil. Com voz fraca e lágrimas nos olhos, murmurou: "Demos graças a Deus. Grande povo! Grande povo!" e desatou a chorar copiosamente.

 

Pedro II retornou e desembarcou no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 1888. O "país inteiro o recebeu com um entusiasmo jamais visto. Da capital, das províncias, de todos os lugares, chegaram provas de afeição e veneração." Com a devoção expressada pelos brasileiros com o retorno do imperador e da imperatriz da Europa, a monarquia aparentava gozar de apoio inabalável e parecia estar no ápice de sua popularidade.
A nação brasileira desfrutava de grande prestígio no exterior durante os anos finais do Império. As Previsões de perturbações na economia e na mão-de-obra causadas pela abolição da escravatura não se realizaram e a colheita de café de 1888 foi bem-sucedida.

 

Contudo, o fim da escravidão desencadeou em uma transferência explícita do apoio ao republicanismo pelos grandes fazendeiros de café. Detentores de grande poder político, econômico e social no país, os fazendeiros consideraram a abolição como confisco de propriedade privada. Para evitar uma reação republicana, o governo aproveitou o crédito fácil disponível no Brasil como resultado de sua prosperidade e disponibilizou grandes empréstimos a juros baixos aos cafeicultores, além de distribuir fartamente títulos de nobreza e outras honrarias a figuras políticas influentes que haviam se tornado descontentes. O governo também tomou medidas indiretas para administrar a crise com os militares revivendo a Guarda Nacional, que então existia praticamente apenas no papel.

 

As medidas tomadas pelo governo alarmaram os republicanos civis e os militares positivistas. Estes entenderam as ações do governo como uma ameaça aos seus propósitos, o que os incitou à reação. Para ambos os grupos, republicanos e militares dissidentes, havia se tornado um caso de "agora ou nunca". Apesar de não haver desejo entre a maior parte da população brasileira para uma mudança na forma de governo, os republicanos civis passaram a pressionar os oficiais civis a derrubar a monarquia.

 

Os positivistas realizaram um golpe de Estado em 15 de novembro de 1889 e instituíram uma república. As poucas pessoas que presenciaram o acontecimento não perceberam que se tratava de uma rebelião.

 

A historiadora Lídia Besouchet afirmou que "raramente uma revolução havia sido tão minoritária." Durante todo o processo Pedro II não demonstrou qualquer emoção, como se não se importasse com o desenlance. Ele rejeitou todas as sugestões para debelar a rebelião feitas por políticos e militares. Quando soube da notícia de sua deposição, simplesmente comentou: "Se assim é, será minha aposentadoria. Trabalhei demais e estou cansado. Agora vou descansar".

 

Ele e sua família foram mandados para o exílio na Europa, partindo em 17 de novembro.
Houve resistência monarquista significante após a queda do Império, o qual foi sempre reprimida. Distúrbios contra o golpe ocorreram, assim como batalhas entre tropas monarquistas do Exército contra milícias republicanas.

 

O novo regime suprimiu com rápida brutalidade e total desdenho por todas as liberdades civis quaisquer tentativas de criar um partido monarquista ou de publicar jornais monarquistas..

 

Nosso herói teve Seus últimos dois anos de vida solitários e melancólicos, em Paris, vivendo em hotéis modestos com quase nenhum recurso, ajudado financeiramente pelo seu amigo Conde de Alves Machado, e escrevendo em seu diário sobre sonhos em que lhe era permitido retornar ao Brasil.

 

Certo dia realizou um longo passeio pelo Rio SEna em carruagem aberta, apesar da temperatura extremamente baixa. Ao retornar para o hotel Bedford à noite, sentiu-se resfriado. A doença evoluiu nos dias seguintes até tornar-se uma pneumonia, que acabou levando-o ao óbito.

 

Suas últimas palavras foram: "Deus que me conceda esses últimos desejos—paz e prosperidade para o Brasil." Enquanto preparavam seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio imperador: "É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria". O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão.

 

A Princesa Isabel desejava realizar uma cerimônia discreta e íntima, mas acabou por aceitar o pedido do governo francês de realizar um funeral de Estado. No dia seguinte, milhares de personalidades compareceram a cerimônia. Quase todos os membros da Academia Francesa, do Instituto de França, da Academia de Ciências Morais e da Academia de Inscrições e Belas-Artes também participaram. Representantes de outros governos, tanto do continente americano, quanto europeu se fizeram presentes, além de países longínquos como Turquia, China, Japão e Pérsia.

 

Os membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande repercussão que tivera a morte do imperador", negaram qualquer manifestação oficial.

 

Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, pois a "repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para a abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos". Foram realizadas "missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico".

 

Os brasileiros se mantiveram apegados a figura do imperador popular a quem consideravam um herói e continuaram a vê-lo como o Pai do Povo personificado. Esta visão era ainda mais forte entre os brasileiros negros ou de ascendência negra, que acreditavam que a monarquia representava a libertação. O fenômeno de apoio contínuo ao monarca deposto é largamente devido a uma noção generalizada de que ele foi "um governante sábio, benevolente, austero e honesto"

 

Esta visão positiva de Pedro II, e nostalgia por seu reinado, apenas cresceu a medida que a nação rapidamente caiu sob o efeito de uma série de crises políticas e econômicas que os brasileiros acreditavam terem ocorridas devido a deposição do imperador. Ele nunca cessou de ser considerado um herói popular, mas gradualmente voltaria a ser um herói oficial.

 

Surpreendentemente fortes sentimentos de culpa se manifestaram dentre os republicanos, que se tornaram cada vez mais evidentes com a morte do imperador no exílio. Eles elogiavam Pedro II, que era visto como um modelo de ideais republicanos, e a era imperial, que acreditavam que deveria servir de exemplo a ser seguido pela jovem república. No Brasil, as notícias da morte do imperador "causaram um sentimento genuíno de remorso entre aqueles que, apesar de não possuírem simpatia pela restauração, reconheciam tanto os méritos quanto as realizações de seu falecido governante."

 

Seus restos mortais, assim como os de sua esposa, foram finalmente trazidos ao Brasil em 1921 a tempo do centenário da independência brasileira em 1922 e o governo desejava dar a Pedro II honras condizentes aos de Chefe de Estado. Um feriado nacional foi decretado e o retorno do imperador como herói nacional foi celebrado por todo o país.

 

Milhares participaram da cerimônia principal no Rio de Janeiro. O historiador Pedro Calmon descreveu a cena: "Os velhos choravam. Muitos ajoelhavam-se. Todos batiam palmas. Não se distinguiam mais republicanos e monárquicos. Eram brasileiros" Esta homenagem marcou a reconciliação do Brasil republicano com o seu passado monárquico.

 

Os historiadores possuem uma grande estima por Pedro II e seu reinado. A literatura historiográfica que trata dele é vasta e, com a exceção do período imediatamente posterior a sua queda, enormemente positiva, e até mesmo laudatória.

 

O imperador Pedro II é considerado por vários historiadores o maior de todos os brasileiros.

 

De uma maneira bem similar aos métodos que foram usados pelos republicanos do começo do século XX, os historiadores apontam as virtudes do imperador como exemplos a serem seguidos, apesar de que nenhum foi longe o bastante para propôr a restauração da monarquia. O historiador Richard Graham comentou: "A maior parte dos historiadores do século XX, além disso, têm olhado nostalgicamente para o período do reinado de Pedro II, usando suas descrições do Império para criticar – às vezes sutilmente, outras vezes nem tanto – os regimes republicanos e ditatoriais subsequentes do Brasil."

 

Bom meu povo, eis um exemplo de brasileiro , coisa que tem faltado nos governantes brasileiros faz muito tempo....

Para reflexão e análise

Postado no grupo Castelo Literário por Ikanak Nate