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Château de La Brède - Berço do Barão Montesquieu
Château de La Brède - Berço do Barão Montesquieu

 

                                                                                                                                                        Château de La Brède

Castelo pequeno, grande história


As origens do castelo de La Brède misturam lenda e realidade. Em 1079 o senhor do castelo e o campeão do exército de Navarra, de nome Hernandes, decidiram resolver o assalto da cidade de Bordeaux por meio de um “duelo singular”. 

Em certas guerras medievais, para poupar vidas e desgaste, cada lado escolhia seu campeão que iam duelar. A vitória da batalha era reconhecida ao vencedor do “duelo singular”.

A vitória do senhor de La Brède acabou com o conflito por Bordeaux.

Naquela época, o castelo provavelmente era de madeira e pousava sobre uma colina artificial resultante da escavação do fosso protetor. 

 

Em 1306, La Brède foi feito novo. O plano da época permite discernir “uma das mais antigas fortalezas da Gironda”.

Na guerra dos Cem Anos, o castelo foi deteriorado por tiros de canhão. Então o castelo foi reforçado: um terceiro fosso elíptico em volta dos dois então existentes.

Uma série de pontes levadiças protegidas por muros cheios de “archères” (fendas para os arqueiros jogarem frechas contra o inimigo) permitiam o acesso bem vigiado ao pátio principal, verdadeiro coração da fortaleza.

No centro do pátio, estava o poço d’água, indispensável para a vida e para a resistência em caso de assédio. 

Uma torre alta de trinta metros garantia as costas. 

Sobre o pátio dava a grande sala que na Idade Média servia para todas as funções que requeressem grande espaço coberto.

Também nesse andar térreo ficavam os quartos dos soldados, a cozinha e a área dos empregados.

 

No primeiro andar, sobre a grande sala baixa se situava a grande sala alta, ou aula, destinada a solenidades, refeições e a vida do senhor.


Ela tinha uma grande chaminé decorada com pinturas de personagens a cavalo. O resto do andar servia de residência à família do senhor.

Com o apaziguamento das guerras medievais, o castelo perdeu sua finalidade primeira militar, e passou a ser uma residência agradável. As pontes levadiças ficaram como ornamento. O interior foi todo decorado e reformado e os espaços melhor aproveitados.

Porém, como todos os castelos em geral, La Brède ficou um foco de cultura, desenvolvida por seus proprietários.

Em 1689 nasceu no castelo Charles Louis de Secondat, o universalmente famoso barão de Montesquieu.

Montesquieu ali viveu, trabalhou, escreveu suas grandes obras e recebeu personagens célebres num ambiente que ele se regozijava chamar de “gótico”.

                                                                                                                                                                                               O quarto de Montesquieu

O famoso escritor transformou profundamente a natureza em volta do castelo. Grandes trabalhos de irrigação e saneamento de pântanos visando desenvolver a agricultura, como já tinham feito em certas partes seus antepassados.


E também belos jardins à francesa e florestas plantadas com fantasia e ao mesmo tempo rigor matemático, entremeadas de tapetes verdes bordejados de flores ordenados em belas perspectivas.

Montesquieu acrescentou jardins à inglesa que ele admirou numa viagem à ilha em 1731.

Pois Montesquieu foi um “gentleman farmer”, quer dizer um nobre que se ocupa empenhadamente na melhora da agricultura e da jardinagem.

Quando explodiu a Revolução Francesa, a família Montesquieu não morava mais no castelo tendo cedido às seduções da cidade.

A família foi perseguida pelo furor igualitário. Alguns emigraram outros foram encarcerados e morreram.

Charles Louis de Secondat (1749-1824), neto do famoso Montesquieu e barão de La Brède, participou em várias guerras e acabou se somando aos exércitos monarquistas. 

Em represália, o castelo foi confiscado pelos revolucionários, depredado e abandonado, caindo em ruínas.

Durante a restauração monárquica começou a reconstrução.

Um discípulo do arquiteto Eugène Viollet-Le-Duc, restaurou e modernizou o castelo. 

La Brède não foi danificado pelas Guerras Mundiais e serviu de local de conservação de obras de arte tiradas das regiões mais focadas pelas batalhas.

Até 2004, La Brède foi uma residência familiar onde morava a condessa Jacqueline de Chabannes. Desde então é um ponto de atração cultural. A história do castelo passou a atrair cada vez mais visitantes.

Em soma, um castelinho pequenininho e uma história grande. Como tantos outros castelos da Idade Média!