BABILÔNIA, BERÇO DA CIVILIZAÇÃO
Em BABILÔNIA (Zahar, 380 páginas, tradução de Vera Ribeiro e revisão técnica de Marlene Suano), de Paul Kriwaczek, viajante, jornalista, diretor e roteirista da BBC por mais de 25 anos, é um retrato profundo e fundamentado sobre a antiga Mesopotâmia. A narrativa cobre o período que foi de 5.400 a.C. até a tomada do reino babilônico pelos persas, no século VI a.C., retratando a ascensão e a queda do poder dinástico no extenso período.
Paul Kriwaczek, nasceu em Viena em 1937, formou-se em odontologia em Londres e passou uma década trabalhando no Irã e no Afeganistão. Fez extensas viagens pela Ásia e pela África e, depois, teve longa carreira no jornalismo. Fluente em oito idiomas, entre eles o persa e o híndi, Kriwaczek escreveu Yiddish Civilisation e In search of Zarathustra. Em BABILÔNIA – O PORTAL DOS DEUSES mostra seu apogeu no reinado do soberano amorita Hamurabi, que unificou a cidade entre 1800 e 1750 a.C.
Mesmo depois de seu declínio e da tomada pelos persas, Babilônia seguiu imortal pela sua gigantesca importância como centro cultural, religioso e político por mais de 4 mil anos. Pela sua amplitude, fascínio e abrangência, a obra de Kriwaczek é considerada referência obrigatória na bibliografia sobre o mundo antigo.
As terras da babilônia testemunharam o nascimento da escrita e da literatura, da educação e do direito, da engenharia civil e da matemática. Sua população foi a primeira a dominar a roda e a controlar o vento nas velas de suas embarcações, além de ter aperfeiçoado os conceitos de número e peso. O rei Hamurabi deixou para a posteridade o Código de Hamurabi, marco do Direito na civilização ocidental. A escrita cuneiforme, o nascimento do Estado centralizado, da religião organizada, entre outras coisas fundamentais, são herança da Babilônia, o berço da civilização, que nos servem até a atualidade.
Com pesquisa sólida, profunda e atualizada e através de uma narrativa sedutora, o autor estabeleceu um imenso painel envolvendo política, história, mito e cultura e nos possibilita entender muito do que vivenciamos agora. Para o autor, em síntese, a história deve instrumentar as preocupações atuais e não ser apenas um antiquarismo autogratificante.
Fonte: Jornal do Comércio/Livros/Jaime Cimenti (jcimenti@terra.com.br) em 04/03/2018.