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Uma Dobra no Tempo: da Diretora Negra Ava DuVernay
Uma Dobra no Tempo: da Diretora Negra Ava DuVernay

UMA BUSCA MÁGICA PELA TOLERÂNCIA

 

Diretora negra Ava DuVernay faz história ao comandar produção com orçamento de mais de US$ 100 milhões.

 

Inspirado no livro de mesmo nome, o longa UMA DOBRA NO TEMPO chega aos cinemas neste fim de semana (em março).

 

Produzido pelos estúdios Disney, o filme traz uma heroína e outros fortes personagens negros para compor uma história repleta de mensagens sobre amor, tolerância e autoestima.

 

A trama foi escrita nos anos 1960 pela autora americana Madeleine L’Engle (1918-2007). Best-seller da época, o livro rendeu sequências e há outros quatro títulos derivados.

 

A personagem principal é Meg (Storm Reid), filha de pais cientistas. O casal, formado pela Sra. Murrey (Gugu Mbatha-Raw) e pelo Sr. Murray (Chris Pine), faz descobertas sobre formas de viajar pelo Universo utilizando apenas o poder da mente.

 

Por causa desses experimentos, o pai de Meg desaparece. A garota passa a viver com mais intensidade uma rotina de bullying e de exclusão na escola.

 

Treinada para não acreditar nas pessoas e ficar sempre protegida de todos os perigos, Meg demora a entender a função das mágicas senhoras Qual (Oprah Winfrey), Quequeé (Reese Witherspoon) e Quem (Mindly Karling). Elas aparecem para avisá-la de que o pai dela está perdido pelo cosmos e que é preciso resgatá-lo o quanto antes. Nessa viagem, Meg se dá conta de que é muito mais forte, feliz e capaz do que imaginava.

 

Para a atriz e apresentadora Oprah Winfrey, o filme vai muito além de refletir sobre o racismo e pregar a tolerância. Em um programa americano de TV, o Good Morning America, Oprah fez sua própria reflexão sobre a história:

- Nosso único trabalho é ser a gente mesmo e descobrir por que estamos aqui. E todo mundo tem um GPS, um instinto que pode te dar essa resposta. Se você seguir isso, será sempre levado ao que tem de melhor dentro de você – comentou a atriz e produtora. Oprah ainda elogiou a diversidade e a inclusão trazida por personagens unidos pela luz:

- Todos nós carregamos luz e, mesmo quando estiver triste, lembre-se de que há luz em você.

 

No último fim de semana, UMA DOBRA NO TEMPO bateu um recorde importante: tornou-se o filme dirigido por uma mulher negra de maior bilheteria nos Estados Unidos em todos os tempos.

 

O longa da diretora Ava DuVernay – que dirigiu também o drama histórico SELMA (2014), sobre a marcha pelos direitos civis liderada por Martin Luther King em 1965 – já faturou mais de US$ 74 milhões nos cinemas americanos. Com isso, bateu o recorde que era de HERBIE: MEU FUSCA TURBINADO (2005), dirigido por Angela Robinson, que faturou US$ 66 milhões nas bilheterias.

 

AS TREVAS SE ESPALHAM MUITO RÁPIDO”, DIZ OPRAH

 

Pouco mais de um mês após seu elogiado e politizado discurso no Globo de Ouro, Oprah Winfrey está semideitada numa cadeira, de pernas para o ar. Uma garota nos seus 20 e poucos anos troca os sapatos dela por tênis e começa a lacear o calçado.

 

Não é o tipo de imagem que a apresentadora, atriz, produtora e empresária costuma passar, ainda mais sendo cotada para uma eleição presidencial nos EUA.

- Não sei por que tem uma pessoa laceando meus sapatos –, adianta-se a bem-humorada Oprah. - Acabei de perceber que isso está acontecendo e há um repórter na sala. Não é algo normal. Não sou uma diva que tem alguém para amarrar os sapatos.

 

As atrizes Mindy Kaling e Reese Witherspoon, que compõe junto co Oprah as entidades sábias do longa, também estão na sala.

 

No topo da hierarquia está Ava DuVernay (“Selma”), primeira diretora negra a comandar um filme com orçamento de US$ 100 milhões. Ou Storm Reid, atriz de 14 anos que faz o papel de Meg, garota insegura e inteligente que sofre com o desaparecimento do pai e parte numa jornada celestial.

 

Oprah confirma que estava “intimidada” com sua atuação.

- Fiz apenas cinco filmes – diz ela, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por A COR PÚRPURA (1985), de Steven Spielberg.

- Me sinto nervosa e deslocada, como se estivesse fora do meu jogo. Acho que poderia ser muito boa atriz se fizesse mais filmes, mas não um a cada 15 anos. Precisei me familiarizar com tudo de novo.

 

Uma das mulheres mais poderosas do showbiz, Oprah volta a se sentir mais à vontade quando questionada sobre temas como bullying, inclusão e preconceito que UMA DOBRA NO TEMPO trata, quase 60 anos após a publicação:

- As trevas se espalham muito rápido hoje em dia. É a única coisa mais rápida que a luz, como falo no filme. Mas é uma oportunidade de olharmos para dentro, encontrarmos o que acreditamos e lutarmos. Se cada um de nós mantivermos uma vela acesa, não teremos um quarto escuro – filosofa.

 

 TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=QwfQcVqe4YM

 

Fonte: Zero Hora/Segundo Caderno e Rodrigo Salem/Folhapress em30/03/2018.