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Sintagma Nominal [SN] - Função Sintática Sujeito
Sintagma Nominal [SN] - Função Sintática Sujeito

 

O sintagma nominal e a função sintática de sujeito

O sintagma nominal

Sintagma Nominal, também chamado de SN, e a possibilidade dele funcionar como sujeito de uma oração.

Um sintagma nominal, é um sintagma cujo núcleo é o nome.

Sendo assim, podemos dizer:

Quando construímos um SN escolhemos informações que tornem nosso texto suficientemente claro para nosso leitor/ouvinte, não é mesmo?

 

Livro.

Meu livro.

Um livro.

Qualquer livro.

Um livro de suspense.

Esse livro de suspense de capa dura.

O livro que eu comprei ontem.

O sintagma nominal

Livro.

Meu livro.

Um livro.

Qualquer livro.

O livro que eu comprei ontem.

Em todas as construções acima temos sintagmas nominais cujos núcleos são a palavra “livro”, reparou?

 

Livro.

Esse livro de suspense de capa dura.

A diferença reside no fato de o “livro” ser apresentado na primeira de forma genérica e nas demais com referenciação distinta.

Na fala “Livro”, temos um sintagma nominal formado apenas por seu núcleo, um substantivo.

 

Nas demais falas, o núcleo foi expandido, mas, ainda assim, ele projeta sua classe e temos sintagmas nominais.

 

Núcleo referencial e núcleo sintático

Em alguns casos, o núcleo referencial e núcleo sintático do SN podem não coincidir.

 

Veja os exemplos abaixo:

Dois livros foram vendidos ontem.

Dois dos livros foram vendidos ontem.

• Na primeira frase, “livros” é, ao mesmo tempo, núcleo sintático e núcleo referencial.

• Já na segunda frase, “dois” é o núcleo sintático, enquanto “livros” é o núcleo referencial.

 

“Ao construir um enunciado/texto, o usuário é guiado pela intenção/necessidade de tornar as entidades de que fala suficientemente inteligíveis/reconhecíveis para o interlocutor. [...] O recurso mais preciso nesse sentido é o emprego de um substantivo próprio (Acabei de ler Os Sertões), o mais vago é o uso de expressões como isso, um trecho, uma parada, qualquer coisa etc. (Diga qualquer coisa). [...].” (p.90) Leia mais!

 

“Um dado objeto do mundo real ou imaginário pode, portanto, ser designado por uma infinita variedade de representações, segundo as relações do enunciador com esse objeto e segundo as motivações e as necessidades ou peculiaridades comunicativas do evento discursivo — e do texto ― em questão. A seleção dos elementos formadores do sintagma nominal obedece, assim, a necessidade de tornar o conteúdo referenciado por meio dele acessível ao interlocutor. A isto damos o nome de referenciação.” (p. 238-39)

 

AZEREDO, José Carlos e. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 2ª ed. São Paulo: Publifolha, 2008

 

Núcleo referencial e núcleo sintático

Ao construirmos um SN, observamos três posições possíveis:

O núcleo, constituído por um substantivo ou seu equivalente.

A parte que precede o núcleo e pode ser preenchida por determinantes.

A parte que vem após a base e que é ocupada pelos modificadores.

 

Como construímos sintagmas nominais?

 

SN  -   (Determinantes) + Núcleo + (Modificadores)

 

                     O                 livro         azul

                   Esse               livro         azul    de Paulo

Determinante: parte que precede o núcleo;

Núcleo: constituído por um substantivo ou seu equivalente;

Modificador: parte que vem após a base.

  

Núcleo referencial e núcleo sintático

Desse modo, podemos observar que a posição dos constituintes no SN possui regra categórica de colocação, ou seja, uma regra obrigatória de colocação para dois itens:

1-           O artigo que vem sempre antes do núcleo: “a camisa” mas não “camisa a”.

 

2-           A sentença relativa que vem sempre depois do núcleo: “comida que gosta” mas não “que se gosta comida”.

 

O que são determinantes?

Os determinantes são um tipo de morfema que depende em gênero e número do substantivo com o qual se relaciona.

 

a) quantitativa - representa uma quantidade ou a posição em uma escala do conceito que o substantivo expressa.

Exemplos: muita fome, sexto dia, algumas bolsas etc.

 

b) dêitica – aponta a designação do SN para pessoas do discurso. Exemplos: essa blusa, meu livro.

 

c) vinculativo – informa que a relação dêitica expressa ‘vínculo, movimento’.

Exemplos: minha vida, nossa viagem.

 

d) remissivo – informa que o conceito é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativa.

Exemplo: mesma casa.

 

e) identificador – informa que o conceito, objeto ou ser designado pelo substantivo é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativas.

Exemplo: O livro que comprei foi esse.

 

f) focalizador – mostra a posição do enunciador sobre o que ele está dizendo, ou seja, aponta a relevância do SN com o resto do enunciado: Ele comprou o próprio apartamento.

 

É importante que você saiba que as nomenclaturas podem ser diferentes.

 

Ataliba de Castilho, importante linguista da atualidade, chama de “especificador” o item que outros autores chamam de “determinante”.

 

Segundo ele: “os especificadores compreendem (i) artigos; (ii) demonstrativos; (iii) possessivos; (iv) quantificadores; (v) expressões qualitativas do tipo o estúpido do, a porcaria do etc.; (vi) delimitadores [...].

 

Deve-se ter em conta que o termo “especificadores é um rótulo de caráter sintático que designa um constituinte sintagmático e sentencial, qualquer que seja sua interpretação semântica.” (p. 454)

 

(CASTILHO, Ataliba T. de. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.)

 

A classe dos determinantes é formada por:

Artigos definidos
Artigos indefinidos
Pronomes possessivos
Pronomes demonstra-tivos
Pronomes indefinidos
Alguns adjetivos
Numerais ordinais
Numerais cardinais
Classificação dos determinantes
A determinação pode ser do tipo:
Focalizador

 

Quando mostra a posição do enunciador sobre o que ele está dizendo, ou seja, aponta a relevância do SN com o resto do enunciado.
Exemplo:
Ele comprou o próprio apartamento.

 

Quantitativo
Quando representa uma quantidade ou a posição em uma escala do conceito que o substantivo expressa.

Exemplos:
muita fome, sexto dia, algumas bolsas etc.

 

Dêitico
Quando aponta a designação do SN para pessoas do discurso.

Exemplos:
essa blusa, meu livro.

 

Vinculativo
Quando informa que a relação dêitica expressa “vínculo, movimento”.

Exemplos:
minha vida, nossa viagem.

 

Remissivo
Quando informa que o conceito é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativa.
Exemplo: mesma casa.

 

Identificado
Quando informa que o conceito, objeto ou ser designado pelo substantivo é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativas.

 

Pronomes como SN
Há diversos pronomes que podem funcionar como núcleo do SN e que são chamados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) como pronomes substantivos.

 

Segundo Bechara (1999: 163), pronomes substantivos são pronomes que funcionam como substantivo.

 

Quando dizemos “Isso é um absurdo”, o pronome ISSO é um pronome substantivo. Quando o pronome aparece como referência a um substantivo que pode ou não aparecer na frase, temos um pronome adjetivo. É o que acontece em “Nosso carro é mais veloz que o seu”: “nosso” e “seu” são pronomes adjetivos porque se referem ao substantivo “carro”.

 

Os pronomes pessoais apresentam três grupos de funções:
Pronomes retos (eu, tu, ele/ela, nós, vós eles/elas)

 

Embora não listados pela Gramática Normativa, os pronomes de tratamento como você/vocês, senhores/senhoras, prezado cliente entre outros, podem funcionar como pronomes retos.

 

Pronomes oblíquos átonos (me, te, lhe, o/a, se, nos, vos, lhes, os/as, se)

 

Aparecem sem preposição.

Pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas, si, comigo, contigo, consigo, conosco)

 

Aparecem com preposição.
Formas de tratamento
Pronomes Possessivos

 

SINGULAR:
1ª pessoa: meu, minha, meus, minhas.
2ª pessoa: teu, tua, teus, tuas.
3ª pessoa: seu, sua, seus, suas.

 

PLURAL:
1ª pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas.
2ª pessoa: vosso, vossa, vossos, vossa.
3ª pessoa: seu, sua, seus suas.

 

Pronomes demonstrativos (identificadores)
Os pronomes demonstrativos ‘são os que indicam a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso. Esta localização pode ser no tempo, no espaço ou no discurso:
1ª pessoa: este, esta, isto;
2ª pessoa: esse, essa, isso;
3ª pessoa: aquele, aquela, aquilo.

 

São ainda pronomes demonstrativos o, mesmo, próprio, semelhante e tal.
Considera-se o pronome demonstrativo [...] quando funciona com valor ‘grosso modo’ de isto, isso, aquilo ou tal: Não o consentirei jamais.” (BECHARA: 1999, 167)

 

Pronomes indefinidos
Aplicam-se à 3ª pessoa com sentido vago ou para indicar quantidade indeterminada.

 

São exemplos de pronomes indefinidos:
Alguém, ninguém, tudo, nada, algo, outrem, nenhum, outro e um quando aparecem isolados, qualquer, cada, muito, mais, menos, diverso etc.

 

Quantificadores
Remissores
SNs formados por nomes partitivos / Modificador
O SN pode ser formado por nomes como:

 

EXEMPLO
• Parte dos livros se perdeu durante a enchente.
• A maioria dos alunos fez o exercício.

 

O SN pode ser modificado por:
Sintagma adjetival / Sintagma preposicional que deriva um sintagma adjetival OU Sintagma adverbial
Esses modificadores assumem diferentes funções sintáticas.

 

EXEMPLO:
• Livros bonitos (SN + Sintagma adjetival)
• Livros de português (SN + Sintagma Preposicionado)

 


O sujeito

O SN pode exercer diversas funções sintáticas.
Função sintática de sujeito.

 

De acordo com Azeredo (2002, p.347), temos a noção de valência e, segundo ela, o sintagma nominal pode ocupar a posição estrutural preenchida pelo sujeito:

 

“O argumento que mantém com o verbo uma relação de concordância é o sujeito desse verbo [...]”.

 

Veja a manchete a seguir:
“Salão de Frankfurt vira um palanque político.”

 

Qual é o sujeito do verbo “vira”?

 

Pensando-se na relação de concordância, tanto o sintagma nominal “um palanque político” quanto o sintagma nominal “Salão de Frankfurt” podem ser sujeitos.

 

No entanto, quando pensamos na manutenção do significado e no critério da ordem, concluímos que o sujeito do verbo é o sintagma nominal “O salão de Frankfurt”.

 

O sujeito é mesmo um dos termos essenciais da oração?

 

A definição tradicional de sujeito considera que ele, juntamente com o predicado, são termos essenciais da oração.

 

Logo, esbarramos em um problema, pois, como se sabe, há diversas orações que não apresentam sujeito.

 

Função sintática e função semântica

As funções sintáticas decorrem da posição estrutural de palavras e sintagmas.

 

Por essa ótica, é um erro identificar o sujeito como agente da ação do verbo.

 

Por que? Veja...

 

Porque é um erro identificar o sujeito como agente da ação do verbo Quando consideramos a voz ativa versus voz passiva, podemos alterar a função sintática, mas permanece a função semântica.

 

Veja os exemplos:

O menino beijou a menina.
 A menina foi beijada pelo menino.

Nesses exemplos, permanece o fato de o menino ter realizado a ação de ter dado o beijo. Além disso, definir sujeito como o termo sobre o qual se faz uma declaração torna-se igualmente problemático.

Exemplos:

· O carro, Juliana lavou ontem.
· Fez um tempo bonito ontem.
· Choveu muito no Carnaval de 2011.
· São quase dez horas.
No exemplo “O carro, Juliana lavou ontem”, o termo sobre o qual se faz a declaração é “carro”.

 

O sintagma nominal “o carro”, encontra-se topicalizado e a posição de sujeito é, na verdade, ocupada pelo sintagma nominal formado pelo substantivo próprio “Juliana”.

 

Nos demais exemplos, não podemos dizer que afirmamos algo sobre o tempo, sobre a chuva ou sobre a hora, concorda? Bechara (1999:409) define sujeito como “[...] unidade ou sintagma nominal que estabelece uma relação predicativa com o núcleo verbal para constituir uma oração”. Esse autor afirma ainda que: “Sujeito é uma noção gramatical e não semântica, isto é, uma referência à realidade designada, como ocorre com as noções de agente e paciente.” Desse modo, Bechara já não trabalha com a noção de que o sujeito é o agente da ação. Para Bechara (1999, p. 410): “[...] a característica fundamental do sujeito explícito é estar em consonância com o sujeito gramatical do verbo do predicado, isto é, se adapte, (isto é, concorde) ao seu número, pessoa e gênero (neste caso, quando há particípio no predicado): Eu nasci. Nós nascemos. Elas não eram nascidas.” Já Ataliba aponta que o conceito de sujeito “[...] tem-se revestido de certa fluidez na teoria gramatical [...] Tais dificuldades derivam da natureza tríplice de tudo aquilo que é reconhecido como sujeito: o sujeito sintático, o sujeito discursivo e o sujeito semântico” (p. 289).

 

Razões

Sintático =“Do ponto de vista sintático, considera-se sujeito o constituinte que tem as seguintes propriedades: é expresso por um sintagma nominal; figura habitualmente antes do verbo; determina a concordância do verbo; é pronominalizável por ele; pode ser elidido.”

 

(CASTILHO, 2010, p.289)
Semântico= Do ponto de vista semântico, a agentividade é a propriedade semântica mais frequente nos sujeitos.

 

Observe, no entanto, que “mais frequente” não significa que essa característica aconteça sempre, ou seja, o sujeito pode apresentar a característica de “paciente” conforme o comentário de Bechara.

 

Ataliba cita Pontes (1987:22) no que se refere à questão da agentividade, já que a autora afirma que “com os verbos intransitivos morrer, machucar o sujeito não tem o mesmo sentido que tem um sujeito de um verbo transitivo indicador de ação, ou seja, ele não é agente.”

 

Discursivo= Do ponto de vista discursivo, a sentença é “[...] o lugar da informação. Nessa perspectiva, o sujeito é aquele ou aquilo de que se declara algo. Ele é o ponto de partida da predicação, é seu tema.”

 

Classificação do sujeito

Sujeito simples= É aquele que apresenta apenas um núcleo ligado ao verbo.

 

Sujeito composto= É aquele que apresenta dois ou mais núcleos ligados ao verbo.

Sujeito indeterminado= Leia as definições defendidas por Azeredo, Rocha Lima e Kury. Após, reflita:
• Qual a sua opinião sobre a discussão apresentada por Kury?
• Qual o ponto de vista que você acha mais correto? Por quê?

 

Para que a partícula ‘se’ seja índice de indeterminação do sujeito é preciso que tenhamos:
‘se + verbo intransitivo’;
‘se + verbo transitivo indireto’;
‘se + verbo de ligação’. Nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular porque a partícula ‘se’ tem a função de tornar o sujeito indeterminado.

 

Exemplos.
Vive-se com tranquilidade no interior.
Respondeu-se a todas as questões da prova.
Raras vezes se está com fome após o jantar.

 

Sujeito determinado=Sujeito determinado Segundo Cunha e Cintra (1985), a identificação do sujeito determinado pode ser feita: a) Pela desinência verbal. Exemplo: Saímos cedo para a festa. b) Pela presença do sujeito em outra oração do mesmo período.
Exemplo:
Mariana chegou cedo. Como já tinha jantado, dormiu depois que tomou banho.

 

Já Azeredo (2008) comenta que “A elipse ou omissão de qualquer constituinte da frase é um fato gramatical relacionado ao princípio geral da economia linguística, segundo o qual cada unidade de informação requer apenas uma unidade de expressão, e a informação previsível sequer necessita de material linguístico que a expresse.” (p.224)

 

Rocha Lima e Cunha e Cintra (1985) afirmam que o “sujeito oculto (determinado)” é aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado. (p. 124). Portanto, é o tipo que ocorre quando o sujeito, embora não esteja explicitamente expresso na oração, pode ser identificado por meio da desinência e, por isso, também é chamado de sujeito desinencial. Nesse tipo de oração, considera-se, atualmente, que o sujeito é simples e determinado, já que pode ser recuperado pela desinência.

 

Sujeito inexistente= Nesse caso, temos o que se chama de “oração sem sujeito”, pois ela é formada apenas pelo predicado e apresenta um verbo chamado impessoal.

 

Leia sobre os verbos impessoais para completar esse ponto.

 

Verbos impessoais

· Verbos que exprimem fenômenos da natureza;
· Verbos ser, estar, haver e fazer quando indicam tempo ou fenômenos meteorológicos;
· Com os verbos a seguir: ü Passar indicando horas (Passava das cinco quando chegamos); ü Bastar e chegar indicando que algo parou (Basta de tanto aborrecimento/ Chega de tanto aborrecimento); ü Parecer e ficar “Parece que vai chover/ Ficou muito escuro”.
Cunha e Cintra (1985, p.126) afirmam que “Não se deve confundir o SUJEITO INDETERMINADO, que existe, mas não se pode ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito”.

 

Em orações como: · Chove; · Anoitece; e · Faz frio. Interessa-nos o processo verbal em si, pois não o atribuímos a nenhum ser. Diz-se, então, que o verbo é IMPESSOAL; e o sujeito, INEXISTENTE.

 

Vamos refletir sobre a classificação do sujeito?

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Como você classificaria o sujeito do verbo “conhecer” na oração que está sublinhada?

O sujeito do verbo conhecer é um sujeito determinado, já que podemos recuperar em “Conheça você”.