Escultura de Mike Stilkey
O sintagma nominal e a função sintática de sujeito
O sintagma nominal
Sintagma Nominal, também chamado de SN, e a possibilidade dele funcionar como sujeito de uma oração.
Um sintagma nominal, é um sintagma cujo núcleo é o nome.
Sendo assim, podemos dizer:
Quando construímos um SN escolhemos informações que tornem nosso texto suficientemente claro para nosso leitor/ouvinte, não é mesmo?
Livro.
Meu livro.
Um livro.
Qualquer livro.
Um livro de suspense.
Esse livro de suspense de capa dura.
O livro que eu comprei ontem.
O sintagma nominal
Livro.
Meu livro.
Um livro.
Qualquer livro.
O livro que eu comprei ontem.
Em todas as construções acima temos sintagmas nominais cujos núcleos são a palavra “livro”, reparou?
Livro.
Esse livro de suspense de capa dura.
A diferença reside no fato de o “livro” ser apresentado na primeira de forma genérica e nas demais com referenciação distinta.
Na fala “Livro”, temos um sintagma nominal formado apenas por seu núcleo, um substantivo.
Nas demais falas, o núcleo foi expandido, mas, ainda assim, ele projeta sua classe e temos sintagmas nominais.
Núcleo referencial e núcleo sintático
Em alguns casos, o núcleo referencial e núcleo sintático do SN podem não coincidir.
Veja os exemplos abaixo:
Dois livros foram vendidos ontem.
Dois dos livros foram vendidos ontem.
• Na primeira frase, “livros” é, ao mesmo tempo, núcleo sintático e núcleo referencial.
• Já na segunda frase, “dois” é o núcleo sintático, enquanto “livros” é o núcleo referencial.
“Ao construir um enunciado/texto, o usuário é guiado pela intenção/necessidade de tornar as entidades de que fala suficientemente inteligíveis/reconhecíveis para o interlocutor. [...] O recurso mais preciso nesse sentido é o emprego de um substantivo próprio (Acabei de ler Os Sertões), o mais vago é o uso de expressões como isso, um trecho, uma parada, qualquer coisa etc. (Diga qualquer coisa). [...].” (p.90) Leia mais!
“Um dado objeto do mundo real ou imaginário pode, portanto, ser designado por uma infinita variedade de representações, segundo as relações do enunciador com esse objeto e segundo as motivações e as necessidades ou peculiaridades comunicativas do evento discursivo — e do texto ― em questão. A seleção dos elementos formadores do sintagma nominal obedece, assim, a necessidade de tornar o conteúdo referenciado por meio dele acessível ao interlocutor. A isto damos o nome de referenciação.” (p. 238-39)
AZEREDO, José Carlos e. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 2ª ed. São Paulo: Publifolha, 2008
Núcleo referencial e núcleo sintático
Ao construirmos um SN, observamos três posições possíveis:
O núcleo, constituído por um substantivo ou seu equivalente.
A parte que precede o núcleo e pode ser preenchida por determinantes.
A parte que vem após a base e que é ocupada pelos modificadores.
Como construímos sintagmas nominais?
SN - (Determinantes) + Núcleo + (Modificadores)
O livro azul
Esse livro azul de Paulo
Determinante: parte que precede o núcleo;
Núcleo: constituído por um substantivo ou seu equivalente;
Modificador: parte que vem após a base.
Núcleo referencial e núcleo sintático
Desse modo, podemos observar que a posição dos constituintes no SN possui regra categórica de colocação, ou seja, uma regra obrigatória de colocação para dois itens:
1- O artigo que vem sempre antes do núcleo: “a camisa” mas não “camisa a”.
2- A sentença relativa que vem sempre depois do núcleo: “comida que gosta” mas não “que se gosta comida”.