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Educação Inclusiva
Educação Inclusiva

ESCOLA INCLUSIVA

 

INCLUIR É MUITO MAIS DO QUE INSERIR.  É ENVOLVER, DE FATO, TODOS NO PROCESSO.

 

A escola é, sem dúvida alguma, um local absolutamente singular no quesito “socialização”.  Não há argumentos que derrubem a importância das instituições de ensino como locais onde as crianças iniciam o processo de reconhecimento de si – enquanto parte integrante de algo maior, no caso a sociedade – e do outro – como parte dessa mesma sociedade.  Aliás, sempre que alguém comenta a respeito do fracasso do ensino brasileiro, apesar de não discordar dessa triste constatação, ainda me agarro firmemente à ideia de que, apesar de tudo, a escola ainda é o local onde nossas crianças lidam com seus pares.  Portanto, não é de todo insucesso.

 

Mas a escola não visa a apenas proporcionar vínculos, permitir que relacionamentos se deem e, por meio deles, se aprenda a lidar com a diversidade – humana, de opiniões, de ideias, de histórias.  A escola vai além do papel social.  É um espaço de desenvolvimento cognitivo, aprendizagens contempladas em um currículo estrategicamente pensado para a faixa etária, para a sociedade em que está inserida e para os fins desejados.  Porém, a sociedade está mudando e, com isso, as necessidades educativas também.  Isso gerou novas demandas e uma delas é a inclusão de crianças e jovens com necessidades educativas especiais em escolas regulares, proporcionando, muitas vezes, um considerável avanço para a criança que precisa de um olhar pedagógico específico – e eu diria que para todas as outras também.

  

Mas incluir é muito mais do que inserir.  Incluir é envolver, de fato, todos no processo, para que, dessa forma, a evolução aconteça.  Mas, e então?  Será que nossas escolas estão preparadas para isso?

 

Não discuto aqui os benefícios da inclusão.  Tenho provas concretas e cabais de que, quando bem conduzida, o resultado é brilhante.  Mas há alguns dias vem se falando na criminalização da recusa, por parte das escolas regulares, de aceitar a matrícula de crianças com necessidades especiais.  Penso que crime é fingir que se inclui quando apenas se insere, se permite que entre, sem, na verdade, integrar.

  

Sei o quanto é necessário se trabalhar com o potencial – em vez de focar na limitação –, mas não posso ignorar que essa frase é muito bonita na teoria, e que, na prática, no dia a dia de grande parte das instituições, as possibilidades ficam escondidas debaixo da falta de estrutura, conhecimento e até mesmo despreparo profissional.

 

A inclusão foi um passo gigantesco na educação mas cabe a nós, enquanto família, escolher o local que acolherá, incluirá, integrará e envolverá efetivamente a nossa criança especial.  Caso contrário, quem estará violando, não a lei, mas o bom senso, seremos nós.

 

Cuidemos das nossas crianças!

 

Fonte:  ZeroHora/Caderno Vida/Lisandra Pioner (pedagoga e psicopedagoga – lispioner@gmail.com) em 23/01/2016.