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Poesia e Prosa
Poesia e Prosa

A forma literária do poema é o verso e de um conto, a prosa. Também o romance, a crônica e a novela são textos em prosa.  As linhas são contínuas e em sequência, com parágrafo e pontuação; há uma sucessão de estruturas explicativas e a presença de descrições ou informações.  Os textos em prosa podem ser literários e não literários, como textos científicos, noticias jornalísticas, anúncios publicitários, etc.

 

Essa estrutura distingue-se da do poema, que em geral é constituído de versos e recursos sonoros.  A linguagem do poema é concisa.  As palavras são usadas para criar imagens

 

Na prosa, há textos que usam recursos bastante empregados em poemas, com o na obra Grande sertão: veredas. Esse romance é narrado por Riobaldo, um ribeirinho que vive às margens do Rio São Francisco e conta a história de seu amor incompreensível por Diadorim – que todos acreditavam ser um rapaz, mas na verdade era uma moça travestida para poder viver entre os jagunços. Não só os poemas podem ser poéticos, mas também a prosa.

                   

 

POESIA, POETA E POEMA.

 

O poeta e a poesia

 

“Não é o poeta que cria a poesia.

E sim, a poesia que condiciona o poeta.

 

Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.

Poeta é o operário, o artífice da palavra.

E com ela compõe a ourivesaria de um verso.

 

Poeta, não somente o que escreve.

É aquele que sente a poesia,

Se extasia sensível ao achado

De uma rima, à autenticidade de um verso.

 

Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,

Procurando no jogo das palavras,

No imprevisto do texto, atingir a perfeição

                                              [inalcançável.

 

O autêntico sabe que jamais

Chegará ao prêmio Nobel.

O medíocre se acredita sempre perto dele.

 

Alguns vêm a mim.

Querem a palavra, o incentivo, a apreciação.

Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce

                                          [de lançar um livro...

Tão pobre ainda a sua bagagem cultural,

Tão restrito seu vocabulário,

Enxugando lágrimas que não chorou,

Dores que não sentiu,

Sofrimentos imaginários que não experimentou.”

 

                                             Cora Coralina         

 

O poema acima refere-se à importância da subjetividade do texto a partir das experiências vividas pelo poeta, criticando os iniciantes que expressam, com pouco vocabulário e bagagem cultural, emoções e sentimentos sem ainda tê-los vivido. Ao apreciar um poema, o leitor pode buscar os novos sentidos criados pelo poeta, interpretando as associações de imagens e compreendendo o sentido conotativo das palavras dentro do contexto específico estabelecido no texto poético.

 

Em geral, no poema predomina a expressão do “eu”, que projeta seu mundo interior, expressando seus desejos, emoções e sentimentos – o que não significa que o tema esteja apenas relacionado ao amor ou à relação amorosa , mas também a prazeres da vida, medo da morte, indignação diante de injustiças sociais, enfim a todos os acontecimentos, sensações e sentimentos inerentes à existência humana.

 

O poeta é o autor, e não o “eu” que “fala” no poema – é importante não confundi-los.  O eu lírico é um ser imaginário, sem existência real.

 

O poeta pode usar marcas gramaticais, ou seja, verbos e pronomes pessoais em 1’ pessoa. Ou na 3’ pessoa, indicando que o tema é apresentado de forma genérica e não tão subjetiva e pessoal.

 

E a poesia? Pode ser definida como a arte de compor ou escrever versos. O conteúdo apresenta impressões subjetivas expressas por associações de imagens que são interpretadas por meio de um contexto.

 

A poesia já foi definida de várias maneiras, conforme o momento histórico e de como era vista, em cada época, a produção literária e artística de modo geral. Aqui, é apresentada uma definição, mas não significa que seja a única possível.

 

A poesia não é encontrada apenas no poema – unidade da poesia.  Pode aparecer em provérbios, anúncios publicitários, letras de música e até mesmo em alguns textos em prosa.

 

A estrutura do poema, em geral é constituído de versos e recursos sonoros.  A linguagem do poema é concisa.  As palavras são usadas para criar imagens.

 

 

VERSO, ESTROFE E OUTROS ELEMENTOS DO POEMA

 

                       Soneto

 

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo mundo é composto de mudança

Tomando sempre novas qualidades.

 

Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem (se algum houve), as saudades.

 

O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E, em mim, converte em choro o doce canto.

 

E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto,

Que não se muda já como soía.”

 

                                CAMÕES, Luiz Vaz de,

 

 

Cada linha poética chama-se verso. O conjunto de versos forma uma estrofe.  Esse poema de Camões é um soneto, a forma fixa de poesia mais conhecida, formada por quatro estrofes: dois quartetos e dois tercetos, totalizando quatorze versos.

 

Além do número de versos e estrofes, há outros elementos formais que podem constituir o poema: métrica (medida dos versos), ritmo (alternância de sílabas quanto à intensidade) e rima (semelhança de sons nas palavras, que aparecem no final dos versos e, raramente, no meio).

 

Os elementos formais podem variar. Os poemas são escritos com ou sem rima, com ou sem métrica. Os versos que não são metrificados (ou seja, que tem tamanhos diferentes) são versos livres, e os versos soltos, sem rima entre si, são chamados versos brancos.