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Comunicação Oral: Exposição e Argumentação
Comunicação Oral: Exposição e Argumentação

 

COMUNICAÇÃO ORAL – EXPOSIÇÃO E ARGUMENTAÇÃO

 

Falar e escrever são formas diferentes de utilizar a língua.  Agora você vai exercitar a oralidade e perceber que ela permite uma interação com o interlocutor diferente daquela estabelecida no texto escrito.

 

A LÍNGUA ORAL

 

Na língua oral, a mensagem é processada por meio da reprodução de sons.  E, diferentemente da comunicação escrita, na comunicação oral a pessoa que fala (O falante) conta com o auxilio de pausas e ritmo na fala, expressões faciais, repetições e posturas corporais como indicadores que facilitam o entendimento da mensagem.  Aliás, uma das características marcantes da língua oral é a possibilidade de interação com o interlocutor, o que permite ao falante saber se está sendo bem sucedido ao elaborar seu discurso.

 

Em uma rádio voltada para o público jovem, a gíria é uma constante.  Termos e expressões como “galera”, “curtir”, “sair fora” são frequentes. Radialistas que transmitem jogos de futebol empregam uma linguagem bastante informal, em que há muitos termos específicos do esporte.

 

Observe o trecho a seguir, de uma partida de futebol:

            “Lá vai pra esquerda. O time do Gama tenta arrancar ali pela canhota com Luciano Fonseca, ele volta a bola recuada, dá pra Rochinha, dominou aqui pelo lado esquerdo, enfiou na canhota pra Gueber, levantou pra entrada da área, tentou Leonardo, lança e rasga Jean, o zagueiro tiiiiiiiira o perigo da boca do gol do time tricolor.”

            Partida de futebol entre São Paulo e Gama,

Transmitida pela rádio CBN, São Paulo, 2 abr. 2003.

 

Leia agora, em linguagem formal, a transcrição da transmissão de uma notícia sobre o surto da pneumonia asiática:

            “Os 25 jornalistas que tiveram contato com a repórter inglesa estão sendo observados.  Segundo o Ministério da Saúde, esta síndrome ainda está sendo investigada, e o índice de mortalidade é de aproximadamente 3,5%.  A cada 100 pessoas que contraem a doença, entre 3 e 4 morrem.  Até aqui, mais de 1.800 pessoas no mundo contraíram a doença.”

            Jornal CBN 3ª edição, rádio CBN,

                        São Paulo, 2 abr. 2003, 17h

                                                          

TEXTO ARGUMENTATIVO ORAL

 

Na comunicação oral, as ideias e opiniões são faladas.  É importante saber algumas informações a respeito do público (número de pessoas, grupo social, idade etc.) para adequar a linguagem a ser empregada, o tempo disponível para a apresentação e o tipo de mensagem a ser transmitida.

 

Na transmissão de um texto falado são admitidos elementos expressivos próprios da língua oral: repetições, pausas, entonação, acentos e marcas de oralidade (pois é, bem etc), mas não  o uso de formas vulgares ou gírias.

 

A exposição oral deve ser dita e não lida, pois é importante estabelecer um bom contato com o público por meio de olhares, gestos e expressões corporais.

 

Aqui você verá duas exposições orais – o debate, em que o participante usa o texto argumentativo oral, e o depoimento.  É importante enfatizar que essas formas de exposição oral podem ser transcritas, ou ainda ser apresentadas por escrito.

 

Argumentar significa fundamentar, justificar, explicar, demonstrar, expor o ponto de vista sobre um assunto, tentando convencer o outro de que se tem razão.  A técnica de argumentação usa o raciocínio lógico, em que se investigam causas e consequências daquilo que se afirma.

 

DEBATE

 

O debate, também chamado mesa redonda, envolve sempre debatedores (dois ou mais participantes que argumentam, discutem, tentam convencer uns aos outros).

 

Os temas de um debate são, em geral, polêmicos. Por isso há necessidade de um moderador ou mediador que coordene os trabalhos, garantindo o andamento do debate, a participação de todos os debatedores e a interação com o público.

 

Os debatedores expressam oralmente suas opiniões sobre um determinado assunto, e pode haver divergências, que devem ser respeitadas.  O debatedor pode convencer o interlocutor ou ser convencido por este, pois é possível rever a própria posição.  A troca de argumentos é válida.  Mesmo que ninguém mude de opinião, o debate serve para conhecer pontos de vista diferentes sobre um assunto – portanto, ele é interessante tanto para quem participa como para quem assiste.

 

O debatedor deve assumir um ponto de vista e expor suas ideias de forma clara e objetiva, com argumentos consistentes.  A linguagem apresenta marcas de oralidade, bem como expressões indicando opinião pessoal, e pode variar dependendo de quem vai participar do debate.

 

ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DEBATE

 

Os debates improvisados são comuns.  Mas, se a intenção é organizar um debate, algumas regras devem ser estabelecidas:

- Quantos debatedores irão participar?  (Em geral, recomendam-se menos de seis.)

- Quem irá mediar e coordenar o andamento do debate? Como?

- Cada debatedor vai expor ou não sua opinião antes de iniciar propriamente a discussão?

- Quanto tempo será reservado para as falas iniciais.  E para as respostas?

- Quem perguntará para quem?

- O público participará com perguntas ou apenas acompanhará os debatedores?  As perguntas serão orais ou escritas?

 

Depois de definir previamente as regras, você pode organizar o debate seguindo este roteiro:

 

ROTEIRO PARA DEBATE

- Cumprimento ao público pelo moderador e exposição do motivo do debate.

- Apresentação do tema escolhido e dos pontos de vista sobre o assunto.

- Definição das normas do debate:  tempo do debate e de cada participante; direito de resposta; participação de debatedores e do público.

- Conclusão com um breve comentário de cada debatedor, síntese do debate e agradecimento aos participantes feitos pelo moderador.

 

O QUE DEVE FAZER UM BOM DEBATEDOR?

 

ASSISTIR A UM DEBATE: para acompanhar os debatedores e perceber suas estratégias, suas táticas para convencer os outros.

 

ESTUDAR O TEMA: antes do debate, recorrer a materiais de consulta variados (livros, jornais, sites na internet), a fim de selecionar argumentos.

 

PARTICIPAR ATIVAMENTE: escutar e anotar a fala do outro; prestar atençõ na plateia; solicitar réplica (resposta à argumentação de outro debatedor); falar em voz alta, com clareza, sem atropelos, expondo as ideias uma a uma; evitar ideias repetidas.

FALAR E OUVIR: respeitar pontos de vista diferentes, que podem causar divergência; não interromper a exposição do outro; falar quando for a própria vez.

RESPEITAR O ANDAMENTO DO DEBATE: não ultrapassar o tempo estipulado; atender ao mediador que conduzirá o debate.

 

DEPOIMENTO PESSOAL

 

O depoimento pessoal possui personagens, enredo, espaço e tempo.  Os fatos reais costumam ser relatados em 1ª pessoa pelo narrador (que pode ser o protagonista ou uma das personagens principais), com o uso de verbos no presente e no passado.

 

No depoimento pessoal, há em geral uma lição de vida, que é transmitida a outras pessoas como ensinamento ou troca de experiências.  Alguns depoimentos passam a ser importantes documentos históricos, pois constituem testemunhos verdadeiros de algo que foi vivido.  Como o depoimento pessoal nem sempre é exato, pode-se precisar comprovar o que foi afirmado checando os acontecimentos, os nomes das pessoas citadas.