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Nilton César Riguetti
Nilton César Riguetti

 

ENTREVISTA:       Nilton César Riguetti                                        

 

Sua Biografia:

Nilton César Riguetti é professor e já tem três livros de poemas e um livro infantil lançados.

Morador do município de Trajano de Moraes, interior do RJ, foi premiado diversas vezes por seu trabalho como educador.

Ganhou os prêmios: Servidor que Vale Ouro, do Governo do Estado do RJ, Ícone da Educação do Estado do RJ, pela UPPES.

Participou dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, conduzindo a Tocha Olímpica; Foi técnico oficial de xadrez pelo Estado nas cidades de Cuiabá e Belém; Fez assessoria de cenas de xadrez para as novelas Velho Chico e O outro Lado do Paraíso, da Rede Globo.

 

Sua Obra de Literatura Infantil: 

 

 

 

Como surgiu o poeta Nilton César Riguetti? E qual o fio condutor da sua poesia?

Iniciei após a participação em um concurso de poesia na escola, quando fui o vencedor. Passei a escrever diariamente e produzi mais de 800 textos.

Escrevo mais poesias de amor, às vezes bem intimistas, e aprecio muito as rimadas, pela qualidade que acredito possuírem.

 

 

E o escritor de literatura infantil?

Escrevia alguns textos para crianças, já que a profissão me induzia. Pensei em levar a sério este estilo após ouvir a Bia Bedran, durante a Feira Literária da cidade. Senti-me desafiado pelas palavras dela. Numa única noite escrevi minhas seis primeiras histórias.

 

 

Sua cidade natal, Trajano de Moraes, é uma típica cidade do interior ou tem algo a mais?

Uma típica cidade do interior, região serrana do RJ, onde existem cachoeiras e montanhas. Seu diferencial está na qualidade da educação, conquistada ao longo dos anos.

 

 

Pelas fotografias no seu perfil do Facebook, percebi o seu engajamento no cotidiano da cidade. Como é isso no dia a dia?

Existe algo que me move e não me deixa calar. Sempre tento inovar e trazer mais oportunidades para os jovens. Isso tem um preço, e nem sempre, aceito muito bem as críticas ou o contraditório.

 

 

Você se considera um ativista social ou quem sabe educacional?

Creio que as duas coisas, já que o ativismo que pratico muitas vezes se inicia com projetos escolares.

 

 

É um professor premiadíssimo por seu trabalho como educador. Fale um pouco sobre as premiações e o que representam na vida de um professor.

Tenho 32 anos em sala de aula e os professores, em geral, não são reconhecidos pelo trabalho. Sinto-me privilegiado, porque conquistei MUITO na minha profissão. Meus alunos sempre conquistaram notas altas em avaliações externas, nossa escola tem um IDEB alto, nosso projeto de xadrez foi referência, manchete na imprensa escrita e televisiva, ganhei os prêmios Ícone da Educação RJ e Servidor Que Vale Ouro, entre outros.

 

 

Fale sobre sua participação nos Jogos Olímpicos no Brasil, em 2016, que conduziu a Tocha Olímpica, como foi a emoção e o que representou para você, sua família e seus alunos?

Foi recebido como um presente e um reconhecimento por 30 anos de trabalho. Tive que apresentar minha história, que foi selecionada. Fazer parte foi um dos momentos mais incríveis da minha vida.

 

 

É técnico oficial de Xadrez, e foi significativa a consultoria prestada para a Rede Globo, em cenas de jogos em duas novelas. Como se deu isso?

Nosso projeto de xadrez, praticado em zona rural, com filhos de agricultores, atingiu um patamar e reconhecimento incríveis. Recebi, por e-mail, um convite para assessorar à novela Velho Chico. Claro que achei que era um trote ou pegadinha, mas não era. Foi muito especial ser assessor e ajudar a construir uma bela cena da dramaturgia brasileira, numa partida de xadrez entre o Fagundes e o Vereza.

 

 

Temos uma grande defasagem de leitores em nosso país. O que acha que devemos fazer para estimular a leitura nas crianças e jovens?

A questão é cultural e precisa se aprofundar nas escolas. Na nossa pequena escola, com pouco mais de 100 alunos, já recebemos vários escritores regionais. As feiras literárias e bienais são fundamentais para a propagação e valorização da leitura.

 

 

O que os pais precisam fazer, como educadores, para que seus filhos se tornem bons leitores? Ou acha que a maioria dos pais não está preocupado com isso?

Novamente: é cultural. Não é prioridade para a grande maioria dos brasileiros. Muitos pais nem sabem ler e desconhecem o valor e a importância da leitura. Só a escola pode melhorar essa questão em larga escala.

 

 

Na sua opinião, a tecnologia é prejudicial ao desenvolvimento infantil?

A tecnologia é fundamental, inclusive no processo educacional, mas não pode ser a única ferramenta, porque não substitui o contato com o livro físico.

 

 

O que você acha de ser escritor em um país de poucos leitores, onde a literatura nacional não é valorizada e o custo de edição é alto?

Creio que o escritor o é por prazer, mas é um tanto frustrante saber que o poder público e uma parte dos que fazem a educação não priorizam a leitura, tão fundamental para a construção da formação crítica da sociedade.

 

 

Quais medidas deveriam ser implantadas pelo Governo Federal, para melhorar a situação da literatura no país?

A distribuição de títulos é indutor. Na grade curricular deveria haver a aula de leitura, de 50 minutos diários na rede escolar.

 

 

Qual seu autor preferido e o livro, que na sua concepção é o melhor de todos os tempos e por quê?

Melhor de todos os tempos não tenho como opinar. Como poeta, leio Drummond e Camões, principalmente.

 

 

Fale sobre o seu novo livro infantil, Calma, Coelho!

É um livro baseado em uma história real. Minha filha ganhou um coelho e ficou tão extasiada ao brincar com ele que me inspirou. Ela, nervosíssima porque queria segurar, abraçar e acarinhar o coelho, achava que o animal é que estava nervoso e ficava repetido “Calma, coelho”, já que este tentava se esquivar.

 

 

A linguagem poética é de fácil compreensão pelos pequenos. E quem ainda não sabe ler, entenderá a historinha pelas ilustrações?

Quem não sabe ler, geralmente inventa uma nova história, de acordo com sua interpretação das ilustrações. Isso é fantástico!

 

 

O título do livro, Calma, Coelho!, parece que vai “grudar” na boca da criançada? Em linguagem de internet, dizemos   “viralizar” O que acha?

Pretendo ingressar de vez na literatura infantil. Espero que este livro possa estar em muitas mãos, em muitas escolas. Estou fazendo um investimento, visitando escolas e participando de feiras literárias. Gostaria muito que as vendas sejam motivo de felicidade.

 

 

Fale sobre seus projetos literários.

Tenho três livros de poemas lançados de forma independente. Meu primeiro, “Poética”, foram mais de 400 exemplares vendidos. Depois, lancei “Ritmo de Poesia” e “ Estilos”. Tenho 12 obras infantis prontas e pretendo lançá-las 2 por ano. Também pretendo reeditar meus 3 primeiros livros, em coletânea.

 

 

Por que você recomenda a leitura de seus livros?

Quem gosta de poesia que não tenham o linguajar tão rebuscado, gosta de meus livros. Os infantis apresentam visual e texto simples, que agradam a criançada. São textos baseados em histórias reais e que podem ser rotina na vida de qualquer criança. Acho que acontecerá uma identificação.

 

 

Deixe uma mensagem para seus leitores.

Amo o que faço. Tudo que é feito com amor, frutifica. Espero que gostem das minhas obras, que visam trazer entretenimento e prazer aos leitores.

 

O autor estará presente na 3º FLIT - Feira Literária de Trajano de Moraes - RJ

Por Nell Morato/Almanaque Literário