ENTREVISTA: CARLOS ALBERTO CARNEIRO SOUZA
Sua Biografia:
Professor, Fisioterapeuta, Acupunturista e Coaching. Talvez pelo fato de atuar na área de saúde, venha daí a sensibilidade para com as pessoas, os fatos e os acontecimentos. Acadêmico correspondente da Academia de Letras e Arte de Goiás Velho. “Artilheiro da Cultura” do Centro Literário do Museu do Forte de Copacabana. Como “todo bom carioca”, ama o samba e suas origens, pois entende ser a “Identidade Cultural Brasileira”, surpreendendo pela leveza nos versos e homenagens que presta aos que ama e aos “Bambas do Samba”.
Seus Livros:
POESIA AOS MEUS – Constituindo-se de homenagens a familiares, amigos e poesias espiritualistas.
POESIA AOS MEUS E AOS NOSSOS – Mantendo a mesma linha do livro anterior e incluindo “coisas” do Rio de Janeiro e “coisas” do Brasil. Poemas que homenageiam as cidades e as personalidades.
TRIBUTO AOS BAMBAS DO SAMBA – Uma Homenagem de Palavra. Homenagem Poética a sambistas e Escolas de Samba do Rio de Janeiro.
Relançamento dos três livros ocorreu nas Bienais Internacional do Rio de Janeiro e Internacional de São Paulo de 2012 / 2013 / 2015.
Com uma vida bem corrida, cercado de várias atividades, como surgiu o poeta Carlos Alberto Carneiro Souza?
Escrevo desde a adolescência. Porém, depois de algumas sessões de “Reiki”, desandei a escrever e ler compulsivamente, em 2011. Herdando também a “veia” poética de minha mãe. O poeta saiu do armário...
Por que “Poeta Gentileza”?
Inspirei-me nos feitos de um andarilho, com uma história triste e traumática, que o tornou um “Maluco Beleza”, Raul Seixas... Extravasando simples e belas mensagens, escritas em postes e muros da zona portuária do Rio de Janeiro.
O tema de suas poesias passeia entre o samba, a espiritualidade e o ser humano. Pretende se aventurar com novos e estranhos caminhos? E quais seriam os caminhos?
Estes passeios, até o momento, estão me fazendo feliz. Mas, desafio-me como escritor, sempre procurando aperfeiçoamento e o aprendizado da poesia. É uma estrada sem fim. Se for envolver-me com a métrica, então...
É um poeta que homenageia o samba. Alguma composição musical? E quem sabe se aventurar como cantor?
Tenho. Porém na informalidade, não registrei. Composição homenageando Nelson Sargento da Mangueira; Composição sobre Paulo da Portela; Em homenagem a Noel Rosa com João Feital (músico, poeta e composição-não profissional); Homenagem a Bezerra da Silva com João Feital; Samba de enredo para a Escola Boêmios da Cinelândia, com Nilo Motta (músico e compositor-não profissional) e Beto Mourão (poeta e compositor); Samba para o Carnaval da Torcida Organizada do Flamengo “Urubuzada” com Américo Del Rio e Lucas Ferraz (músico, cantor e compositor profissional). Gosto de cantar. Porém sou um pouco tímido e faço aula de canto, também para melhorar a minha performance em poesia falada, que adoro!
Você fala que o Samba é a “Identidade Cultural Brasileira”. Como se dá isso? Porque nem todos os Estados são identificados com o samba, e sim através da cultura trazida pelos colonizadores estrangeiros, principalmente no Sul do país.
O samba recebeu o título de “Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil”. Surgiu na Bahia e foi fazendo amizade com ritmos afins, até mostrar o seu puro e ao mesmo tempo diversificado ritmo e carisma. Hoje na maioria das cidades brasileiras, mesmo com outras culturas musicais como atrizes principais, o samba é bem chegado. Em Estado quente ou gelado... Quem não conhece e aplaude Noel e seu “Palpite”, as “Rosas” de Cartola, Candeia e a Portela, Mangueira de Nelson e Beth, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e tantos outros baluartes. Afinal estamos falando de uma cultura musical forte, cujo berço de bamba é o Rio de Janeiro.
E o pagode? Sempre entendi que pagode não é gênero musical. E sim um encontro entre sambistas, que se reúnem para fazer um pagode, isto é, uma rodinha de samba, tocar, cantar, compor e fazer a alegria dos amigos. Fale a respeito.
Tem alguns gêneros de samba que se enquadram num pagode, que é também esse encontro. Onde a alegria é o principal tempero e acredite, podemos nos envolver por horas e horas, tamanha a vibração desse encontro. No Rio é gíria desse tipo de reunião, assim como forró (festa), é gíria de festas com ritmo musical shote ou baião.
Fale de seus projetos literários.
Pretendo continuar com as poesias de homenagens, principalmente no mundo do samba. Também poesias espiritualistas (parece paradoxal?). Estou trabalhando no meu quarto livro, que será lançado em formato digital, pelo menos até o presente momento. Trabalhando a minha imagem eu espero receber o reconhecimento pelas minhas obras. Enche-me de prazer dar vida à poesia, através de sua declamação, que ainda estou aprendendo...
O que você acha de ser escritor em um país de poucos leitores, onde a literatura nacional não é valorizada e o custo de edição é alto?
Poucos leitores e principalmente do gênero poesia. Tive a felicidade de ter uma parte dos três livros anteriores patrocinados pelo IBEC – Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos, no Rio, através de seu presidente Sr. Paulo Roberto Vilela Dias. Um incentivador cultural e também escritor. Eu não teria condições financeiras de arcar sozinho com os projetos. É difícil vender livros. A Lei de Incentivo Cultural não atinge escritores como eu, fora da mídia. A Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura do Rio não privilegia seus professores autores (paradoxo). Sempre nos são ofertados, para nossa leitura, livros de escritores consagrados. Pensei que a Secretaria Estadual de Educação possuía melhor postura, comprando livros de autores desconhecidos ou pouco conhecidos, em feiras literárias. Enfim, ser escritor e autor no Brasil é condição unicamente alimentada pelo sonho. Para a maioria de nós.
Precisamos de mais leitores e mais respeito pelas raízes da nossa cultura. Em sua opinião, como podemos mudar a Literatura Nacional?
Resistindo a onda imperialista... Fazendo um trabalho de formiguinha nas escolas, com incentivo à leitura, não importando a fonte (com ética), promovendo encontros culturais e contação de histórias, que encanta... Dramatização. Construção e falação de cordéis e outros. Promoção constante de saraus literários nas escolas e comunidades e união literária ao esporte. Enfim, estratégias que motivem e encantem crianças, adolescentes, adultos e idosos. Promovendo também um intercâmbio de gerações em um país que está envelhecendo. Produção literária é exercício do belo. É talento vivo. É incremento na autoestima. É exercício cerebral. É promoção de saúde. É possível, com custos minimizados e toda a inclusão.
Qual o meio usado para publicação de seus livros? Fale a respeito, informando os motivos de sua escolha.
Editora. Consegui patrocínio e acreditei que venderia com mais facilidade. Mero engano. Descobri estar na faixa de uns vinte mil escritores com tiragem de até quinhentos exemplares...
Por que você recomenda a leitura de seus livros?
Porque são constituídos de versos simples e melodiosos. Gente do meio afirma que tem qualidade. Leitura agradável e de fácil entendimento. São versos relacionados com a história, a arte e particularidades dos homenageados. Com leitura acessível e a grande maioria possui muito da minha vida pessoal. Homenagens poéticas não estão sempre disponíveis, e meus versos facilitam composições... Comentários e premiações me fazem acreditar nesse talento que tenho. Mas, mantendo os pés firmes no chão. Sabemos quem são os grandes poetas.
Deixe uma mensagem para seus leitores.
Temos múltiplos talentos e o potencial artístico é inerente ao ser humano. Sua antena precisa conectar-se para desnudar a criação. Não importa a área da competência, fazer o melhor em qualquer projeto, também pode ser considerada arte. Leia com foco, satisfação e prazer. E a cada nova leitura outras possibilidades de interpretação aparecerão. Pense que o que você cria é uma fatia do belo e temos todos, o direito de apreciar... Esteja Feliz! Acredite e revele o seu EU artístico!
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