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Pontuação
Pontuação

 

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação determinam a pausa, a entonação e o ritmo da leitura. A ausência ou o emprego inadequado desses recursos gráficos pode comprometer a clareza de um texto.

 

VÍRGULA

Emprega-se a vírgula, no período simples, para:

Separar, numa enumeração, os termos com a mesma função sintática:
Sua observação foi agressiva, irônica, antipática.

Separar o aposto:
Fernanda, atriz talentosa, foi homenageada.

Separar o vocativo:
“Bom dia, Sr. Hagar...”

Separar adjunto adverbial anteposto:
Durante o carnaval, na Bahia, não choveu.

Separar nomes de lugar, em datas e endereços:
Brasília, 10 de fevereiro de 1999. / Rua do Ouro, 228.

Separar palavras ou expressões explicativas:
O diretor titubeou, isto é, não concordou de pronto com a decisão.

Indicar a supressão do verbo (zeugma):
Nós preferimos café, e eles, chá.

Emprega-se a vírgula, no período composto, para:
Separar orações coordenadas aditivas não ligadas pela conjunção e:
Viajou no fim de semana, foi visitar os pais.
(orações coordenadas assindéticas)

Separar orações, coordenadas pela conjunção e, que apresentam sujeitos diferentes:
Desfiz as malas, e saímos juntos.

Separar orações subordinadas adjetivas explicativas:
Seus olhos, que eram negros, brilhavam muito.

Separar orações subordinadas adverbiais, sobretudo quando antepostas à principal:                                          Embora vivesse no interior, vinha muito à capital.

Separar orações intercaladas ou interferentes:
As ofensas, disse ela, foram graves!

 

PONTO E VÍRGULA

Emprega-se o ponto e vírgula para indicar uma pausa mais longa que a da vírgula, nestes casos:

Separar, em um período de certa extensão, as partes que tenham orações já separadas por vírgulas:
“Já tive muitas capas e infinitos guarda chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perde-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu.” Rubem Braga.

Separar os itens em uma enumeração:
A prova constará de: a) um estudo de texto; b) cinco questões gramaticais contextualizadas; c) uma redação sobre o tema abordado no texto.

 

DOIS PONTOS

Empregam-se os dois pontos para:
Introduzir uma fala:
A aeromoça aproximou-se:
- Os passageiros devem permanecer sentados até o pouso da aeronave.

Introduzir uma citação:
“Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo a Polícia proibira comícios na rua e passeatas, embora se falasse vagamente em motins de tarde no Largo da Sé.” Mário de Andrade.

Introduzir uma enumeração:
“Procurei o motivo do apelido curioso, nada vi semelhante ao objeto da comparação: um homem atento, grave, de rosto inexpressivo.” Graciliano Ramos.

 

RETICÊNCIAS

Empregam-se as reticências para:
Indicar suspensão de pensamento:
“Essa incapacidade de atingir, de entender, é o que faz com que eu, por instinto de... de que?” Clarice Lispector

Indicar dúvida, surpresa ou hesitação:
“- E as obras de Tormes? A igreja... Já haverá igreja nova?” Eça de Queirós.

PONTO DE INTERROGAÇÃO

Emprega-se nas frases interrogativas diretas:
“- Os homens de barco estão armados?” Daniel Defoe

 

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

É usado após uma interjeição ou frase exclamativa, para expressar chamamento, emoções, ordem ou pedido:
Saia do meu quarto!

 

PONTO FINAL

O ponto final indica a pausa máxima. É empregado no final de uma oração absoluta ou da oração de um período composto:
“Corria o mês de março de 1603. Era portanto um ano antes do dia em que se abriu esta história.” José de Alencar

 

ASPAS

Empregam-se as aspas para:
Indicar o início e o final de uma citação:
“Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja.” Machado de Assis

Destacar uma palavra ou expressão:
Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar chegou.

PARÊNTESES

Empregam-se os parênteses:
Para intercalar uma ideia acessória ou uma oração num texto:
“Houve um discurso; o prefeito (que naquele mesmo ano seria derrubado e preso) disse algumas palavras.” Rubem Braga

Nas referências bibliográficas:
“Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez fala uma careta e me deixe passar.”
(Buarque, Chico. Estorvo.
São Paulo: Companhia das Letras, 1992.)

Nas indicações cênicas (rubricas) das peças de teatro. Nas rubricas se marcam os movimentos, os gestos que o ator deve fazer:
“Tomás – É meu, tenho dito.
Sampaio – Pois não é, não, senhor... (Agarram ambos no leitão e puxam cada um para seu lado.)” Martins Pena

 

TRAVESSÃO

Emprega-se o travessão para:
Indicar uma fala ou a mudança de interlocutor, nos diálogos:
“- Você não precisa de pílulas?
- Que pílulas?
- Essas para acalmar.
- Eu sou calma – disse Luciana com um meio sorriso.”
Lygia Fagundes Telles

Enfatizar expressões ou frases:
“Foi poeta – sonhou – e amou na vida." Álvarez de Azevedo


Dicas de Gramática/02.11.2014/Nell Morato