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O Estado Hebraico
O Estado Hebraico

A ANTIGUIDADE ORIENTAL

 

O ESTADO HEBRAICO

 

A Palestina, como todas as outras regiões do “Crescente Fértil”, foi um foco de atração para as tribos semitas do deserto.  Limitada pela Síria ao norte, pelo deserto do Sinai, ao sul, pelo Mediterrâneo a oeste e pelo deserto arábico a leste, era, no entanto, menos fértil do que o Egito ou a Mesopotâmia.  O rio Jordão não representava um papel tão importante para a sua economia como o Nilo em relação ao Egito ou o Tigre e o Eufrates em relação à Mesopotâmia.  Correndo entre dois altos terraços, depois de formar o lago Meron e o lago Tiberíades ou mar da Galiléia, vai perder-se no mar Morto, cuja salinidade excessiva e a grande quantidade de asfalto impediam a vida animal ou vegetal.  Parece no entanto que a região era bem mais fértil do que hoje, pois a Bíblia fala da Palestina como um país de abundância, onde eram comuns o trigo, a cevada, a vinha, a oliveira e a figueira.

 

Os primeiros semitas atraídos pela região do Jordão foram os cananeus que aí se estabeleceram aproximadamente no terceiro milênio antes de Cristo.  No entanto, os hebreus, oriundos do sul da Caldéia, dominaram a região estabelecendo sua hegemonia, sob base patriarcal e vida seminômade.

 

A CULTURA HEBRAICA

Até a época de Moisés os hebreus possuíam apenas uma vaga noção da divindade que designavam genericamente pela palavra “elohim”, se bem que o monoteísmo já existisse embrionariamente.  O prolongado contato com os egípcios e com povos mesopotâmicos havia deixado forte influência na mentalidade religiosa dos hebreus.

 

Moisés foi o grande codificador religioso de seu povo, através do Decálogo, que segundo o relato bíblico lhe fora dado por Jeová, no monte Sinai.

 

O monoteísmo, a partir da legislação mosaica, é o grande mérito dos judeus. Celebravam-se três grandes festividades religiosas:  a Páscoa, comemorativa da saída do Egito; Pentecostes, evocativa da doação dos mandamentos de Jeová a Moisés, no monte Sinai; e a dos Tabernáculos, recordação da permanência dos hebreu no deserto.

 

Um dos objetos mais importantes do culto monoteísta dos hebreus era a “arca da aliança”, considerada como um símbolo da proteção divina, da aliança de Jeová com seu povo.  A arca era uma caixa oblonga e seu conteúdo é um problema de história ainda sem solução.  Segundo alguns teria em seu bojo as táboas da lei mosaica.  Segundo outros conduziria uma imagem de Jeová.

 

Os principais fundamentos da religião judaica estão contidos no Antigo Testamento (1ª parte da Bíblia), redigido primitivamente em hebraico e arameu em diferentes épocas e por diversos autores.

 

O Antigo Testamento divide-se em:

Pentateuco (cinco livros):  Narração da criação do mundo e dos acontecimentos mais importantes até a saídas dos hebreus do Egito, além de recenseamentos, leis religiosas e políticas.

 

Livros Históricos:  Narração de acontecimentos posteriores.  São os seguintes:  Josué, Juízes, Rute, Samuel, Crônicas, Esdras, Reis e Macabeus.

 

Livros Atribuídos a Daví e a Salomão:  São muito famosos os Salmos de Daví e os Provérbios, Cânticos e Eclesiastes de Salomão.

 

Livros Proféticos:  Entre os quais se destacam os de Daniel, Ezequiel e Isaías.

 

Os altares eram feitos de pedras toscas.  O Antigo Testamento proibia terminantemente que as mesmas fossem buriladas ou talhadas.  Neles eram sacrificados animais e queimadas essências aromáticas.

 

USOS E COSTUMES.

Vestiam uma túnica simples e chapéus em forma de turbante.  Praticamente não tinham indústria.  Na agricultura exploravam a oliveira, a vinha e o figo.  A economia hebraica baseava-se sobretudo, na criação.

 

Até a época do cativeiro de Babilônia não usavam os judeus a moeda cunhada; o ouro e a prata eram pesados no momento do pagamento.

 

Nenhum  outro povo do Oriente Próximo teve a família em tão elevado nível quanto os judeus.  Organizada em bases tipicamente patriarcais, na família hebraica a autoridade do pai era extremamente severa.

 

Os membros mais idosos de cada família, reunidos, formavam um conselho de  anciãos, espécie de supremo tribunal da tribo, e cooperavam com os chefes de outras tribos em casos de emergência.

 

Os prisioneiros eram usados como escravos porém podiam se libertar pagando determinada quantia.  Os homens livres podiam vender-se como servos para pagamento de dívidas, ou vender em seu lugar os filhos, costume que perdurou até a época de Cristo.  No entanto, a própria lei judaica determinava que de sete em sete anos fossem perdoadas as dívidas e restituída a liberdade aos hebreus que estivessem em servidão.  Os servos de outras nacionalidades eram beneficiados pelo Jubileu, celebrado cada 50 anos, quando todos os devedores e escravos eram perdoados e postos em liberdade.  Diz expressamente o Antigo Testamento (Levítico, 25,10):  “Santificareis o ano quinquagésimo e proclamareis liberdade por toda a Terra a todos os seus habitantes; o ano do jubileu será para vós.  Voltareis cada um à posse de si mesmo e para sua família.”

 

Os estrangeiros eram tratados com relativa benevolência.  Jamais se apagou da memória dos hebreus o fato de terem sido estrangeiros no Egito.

 

O sábado era o dia do descanso; até os animais repousavam.

 

Toda a vida de Israel foi regulada minuciosamente por sua legislação de natureza autenticamente religiosa; os sacerdotes eram juízes e os templos tribunais.  Além do Antigo Testamento deve ser lembrado também o TALMUD, redigido pelos rabinos, constituído de comentários sobre leis e coleções de preceitos morais, religiosos, higiênicos, etc.