Translate this Page




ONLINE
96





Partilhe esta Página

                                            

            

 

 


A Formação do Povo Grego
A Formação do Povo Grego

A ANTIGUIDADE GREGA

 

A FORMAÇÃO DO POVO GREGO

 

A Grécia é uma península ao sul dos Balcãs com um litoral muito recortado e um relevo interior montanhoso, o que dificulta as comunicações entre seus vales, tornando, assim, mais fácil o contato entre suas diversas regiões por mar do que por terra.  A evolução de sua história foi em parte condicionada pelo seu aspecto geográfico.  De maneira geral o solo grego n~/ao era fértil, porém a grande extensão de suas costas compensava, com os produtos do mar, o que a terra negava aos seus habitantes.

 

Quando os gregos invadiram a península onde iriam desenvolver a mais importante civilização da história da Antiguidade, já encontraram o território ocupado por grupos fortemente influenciados pela cultura cretense, egípcia e fenícia.  Contudo, os gregos julgavam-se autóctones, descendentes de Hélen, filho de Deucalião, que havia escapado a um dilúvio provocado por Júpiter, pai dos deuses.  Daí o nome de Hélade pelo qual também é conhecida a Grécia e o de helenos dado aos seus habitantes.

 

Provavelmente de origem indo europeia, os invasores, com uma economia seminômade e pastoril e divididos em tribos, penetraram separadamente na Hélade, nela fixando-se e assimilando alguns aspectos da cultura das populações nativas, entre as quais se destacavam os cários que já haviam atingido a idade dos metais.  Uma das primeiras tribos gregas a fixar-se foi a dos aqueus que, após a conquista de Creta, se estabeleceram com duas cidades principais, Micenas e Tirinto, a cujo desenvolvimento se convencionou chamar de civilização creto-miceniana.

 

A CIVILIZAÇÃO CRETO-MICENIANA

Na região do Peloponeso, onde se estabeleceram, os aqueus assimilaram muitos elementos da cultura cretense, surgindo então a civilização creto-misceniana, assim chamada em virtude da existência de Micenas, cidade situada na Argólida, conhecida também pelo nome de Argos.

 

A civilização creto-misceniana caracterizou-se por suas grandes construções feitas com enormes blocos de pedra apoiados uns sobre os outros.  Mais tarde, os gregos as atribuíram aos ciclopes (Gigantes de um só olho, segundo os poemas homéricos.)

 

Sua história está envolta em lendas, muitas das quais narradas por Homero.

 

A GUERRA DE TRÓIA – HOMERO E OS POEMAS HOMÉRICOS.

Certas tradições relativas a acontecimentos da época miceniana foram transmitidas às épocas posteriores, embora com alterações resultantes da fantasia popular, o que lhes deu um sabor acentuadamente lendário.  A mais famosa de todas refere-se a uma guerra contra a rica cidade de Tróia, tema preferido dos AEDOS, cantores populares que recitavam com forma poética seus principais acontecimentos e episódios, ao mesmo tempo que faziam um acompanhamento musical com a cítara.

 

A um dos mais famosos AEDOS gregos, HOMERO, originário de Jônia, na Ásia Menor, são atribuídas a ILÍADA e a ODISSÉIA.  Essas duas famosas obras, porém, provavelmente não são de sua exclusiva autoria.  Muitas composições dos AEDOS eólios, sobretudo narrativas de feitos, encontram-se na ODISSÉIA.  De uma maneira geral os poemas homéricos narram as façanhas de heróis gregos e transmitem tradições que parcialmente foram confirmadas por modernas escavações arqueológicas, ao mesmo tempo que descrevem certos costumes gregos, contemporâneos de HOMERO.

 

O argumento da ILÍADA é tirado da guerra de Tróia, que teria sido provocada pelo rapto de Helena, esposa de Menelau, rei de esparta, por um príncipe troiano chamado Páris, filho de Príamo.  Para vingar a injuria, os gregos reúnem-se e sob a direção de Agamenon, irmão de Menelau, vão sitiar Tróia ou Ílio.  Esta resiste durante dez anos, sendo finalmente conquistada, saqueada e destruída.  Durante o cerco de Tróia, os chefes gregos Agamenon e Aquiles se desentendem, porém, no final, lutam juntos.  O POEMA termina com os funerais de Heitor, filho de Príamo, que comoventemente pede a Aquiles o corpo de seu filho morto em combate singular.

 

Na ODISSÉIA (do grego Odisseus, nome de Ulisses.  Segundo a lenda, Lisboa (Ulyssipo) teria sido fundada por Ulisses numa de suas viagens.) narram-se as aventuras de Ulisses, rei de Ítaca e um dos chefes gregos que combateram em Tróia.  Ao tentar regressar ao lar, Ulisses é vítima de ciladas dos deuses, vivendo então dez anos de fantásticas aventuras.  Enquanto numa ilha distante tem Ulisses o seu regresso impedido por Calipso, que se apaixonara por ele, em Ítaca sua fiel esposa, Penélope é assediada pelos pretendentes à sua mão.  Ajudado por outros deuses, Ulisses obtém permissão de Calipso para partir, mas seu barco naufraga na ilha Skéria, habitada pelos feácios.  Nausica, filha do rei Alcino, indo lavar roupa na praia, encontra-o semimorto, estendido na areia.

 

O herói grego é bem acolhido pelos feácios que lhe dão um navio para transporta-lo à sua terra natal.  Nesse interim, Penélope, para iludir os seus pretendentes, promete escolher um novo esposo logo que acabe de tecer uma tela, na qual, no entanto, desfaz à noite todo o trabalho feito durante o dia, protelando assim um novo casamento.

 

Ao chegar em Ítaca, depois de muitas aventuras, Ulisses disfarça-se em mendigo e vai até sua casa onde encontra todos os pretendentes à mão de sua esposa, matando-os, então, impiedosamente.

 

EDUCAÇÃO.

Até a idade de sete anos as crianças estavam sob os cuidados da mãe.  Aos sete anos começavam a frequentar a escola, geralmente particular.  Diferiam completamente a educação dada em Esparta e a de Atenas.  Em Esparta, havia pouca preocupação estética ou intelectual; sua educação era no sentido do aprimoramento físico.  Plutarco, historiador grego, reúne o conteúdo dessa educação nas seguintes palavras:  “Em relação à instrução eles recebiam apenas o que era absolutamente necessário.  Todo o restante de sua educação tinha em vista torna-los sujeitos ao comendo, suportar trabalhos e conquistar”.

 

Em Atenas, só aos dezesseis anos, o Estado intervinha na educação.  O jovem ficava então livre do “pedagogo”, espécie de preceptor, que o acompanhava e se responsabilizava por sua formação, completando a função do professor.  Durante dois anos, nos ginásios, convivia com os mais velhos, praticando exercícios físicos e participando de discussões sobre assuntos sociais e políticos, preparando-se, assim, para a vida de um perfeito cidadão ateniense.  Finalmente, depois de um juramento de fidelidade ao Estado, aos deuses e às tradições morais de seu povo, recebia o equipamento de soldado e trocava a vestimenta comumente usada pelos jovens pela de cidadão livre.