Translate this Page




ONLINE
56





Partilhe esta Página

                                            

            

 

 


A Civilização Egípcia
A Civilização Egípcia

 

A ANTIGUIDADE ORIENTAL

 

A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

 

Durante muito tempo, tudo o que se sabia sobre o Egito antigo era contado pela Bíblia e por alguns historiadores, como o grego Heródoto, que estudou os povos do Oriente.  Havia muitas contradições, muitas dúvidas e até ignorância completa de longos períodos da história desse povo. Tornava-se indispensável decifrar os hieróglifos, nome dado à escrita sagrada dos egípcios, encontrada em numerosas inscrições, cobrindo as paredes dos monumentos, pirâmides (túmulos dos faraós), templos ou colunas ou nos papiros, espécie de papel feito da planta do mesmo nome, muito comum no vale do rio Nilo.

 

Quem decifrou os hieróglifos foi Champollion, um sábio francês que, em 1822, conseguiu ler a inscrição da pedra de roseta.  Essa inscrição fora feita igualmente em letras gregas, na egípcia popular, chamada demótica, e em hieróglifos.  Examinando a famosa pedra, os estudiosos notaram que os nomes próprios, como Cleópatra e Ptolomeu, se apresentavam na tradução grega cercados por uma linha de oval e que, portanto, deviam corresponder aos hieróglifos que estavam assinalados do mesmo modo.  Depois dessa observação, não foi difícil descobrir os sinais da antiga escrita egípcia, correspondentes às letras que aparecem, tanto em Cleópatra como em Ptolomeu.  Assim, a letra [ L ] que no nome da rainha é a segunda, deve ocupar nos hieróglifos o mesmo lugar onde está a figura de um leão; esta também aparece em Ptolomeu, mas em quarto lugar, exatamente na posição da letra [ L ].  Seguindo o mesmo raciocínio, puderam achar o valor das outras letras, que se encontram igualmente nos dois nomes.  Depois, Champollion, com o profundo conhecimento das línguas antigas, pode decifrar todos os outros hieróglifos.

 

A descoberta de Champollion foi tão importante que deu origem a uma nova ciência, a Egiptologia, história particular do povo egípcio, estudada pela leitura das inscrições.  Desse modo, os sábios modernos conhecem melhor os antigos egípcios que o próprio Heródoto, o historiador grego que visitou esse país na Antiguidade.

 

CONSTITUIÇÃO E COMPOSIÇÃO DA FAMILIA NO EGITO. AS CLASSES SOCIAIS.

A família egípcia era fundamentalmente monogâmica, embora o concubinato fosse comum nas classes mais ricas, que podiam arcar com a manutenção de mais de uma família.  A posição da mulher era privilegiada.  A descendência fazia-se por linha materna e a autoridade do avô materno era maior do que a do próprio pai.

 

A endogamia (4) era comum, não somente entre os faraós, mas também nas outras classes sociais.  A habitação variava com a situação econômica de seu possuidor e o contraste era tão intenso como hoje; os ricos moravam em casas cercadas de jardins e bosques  e sua alimentação era farta e variada.  As classes pobres viviam em habitações pequenas, muitas vezes coletivas, de paredes de tijolos feitos de uma mistura de barro e palha recortada, cobertas de folhas de palmeira.

 

A população egípcia distribuía-se em seis classes.   A primeira era constituída exclusivamente pelos membros da família real.  Seguiam-se os sacerdotes, os nobres, os escribas, os mercadores.  Os artesãos, lavradores e servos constituíam a camada mais baixa da população.

 

As classes privilegiadas eram as classes dos nobres e dos sacerdotes.  Os nobres eram funcionários que administravam, em nome do faraó, os nomos, antigas divisões territoriais do Egito.  Os sacerdotes constituíam uma elite intelectual de grande ascendência sobre o povo, em virtude de serem considerados intermediários entre os homens e os deuses.  Os escribas, primitivamente fiscais e contabilistas da produção das terras do faraó, constituíam uma classe de prestígio, pois era a única que dominava a complicada escrita hieroglífica.

 

AS ARTES E OS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS.

 

A arte egípcia foi quase sempre de sentido religioso.  A arquitetura funerária, sobretudo, destaca-se nas mastabas, nas pirâmides e nos hipogeus.  As mastabas eram câmaras funerárias encimadas por uma construção de base retangular e de paredes ligeiramente inclinadas e que serviam de pequena capela para o culto do morto.  A construção de pisos escalonados por cima das mastabas, deu-lhes, posteriormente uma forma piramidal.  No período menfítico apareceram as primeiras grandes pirâmides. Posteriormente, entre 3.000 e 2.500 a.C., construíram-se mais de quarenta entre as quais as de Quéops, Quéfren e Miquerinos, famosas por sua altura.

 

Na época tebana apareceram os hipogeus, túmulos subterrâneos escavados nas encostas das montanhas e com extensos corredores em cujas paredes, cobertas de inscrições e desenhos, se narrava a vida do morto.

 

A grandiosidade da arquitetura egípcia não é representada somente pelas pirâmides.  As ruínas de templos suntuosos como os de Carnac e Luxor deixam-nos também, ainda hoje, uma impressão de solidez e grandeza (a altura do teto dos templos egípcios diminuía progressivamente, da porta de entrada ao fundo, para dar a ilusão de longa perspectiva.).

 

A escultura era concebida como um complemento da arquitetura.  As estátuas egípcias são geralmente muito rígidas, mas, no  período menfítico, a escultura já havia atingido um alto grau de perfeição, como a prova o “Escriba Sentado”.

 

A pintura, em cores vivas e com uma propositada fuga às normas gerais de perspectiva, possivelmente em respeito a uma tradição artística no tratamento de temas religiosos, apresenta um grande progresso, sobretudo depois de Amenófis IV.

 

É na matemática e na astronomia que se destacam os conhecimentos científicos dos egípcios.  Dois mil anos antes de Cristo já haviam descoberto fórmulas para cálculo das áreas do triângulo e do círculo, assim como do volume das esferas e dos cilindros.  Apesar de não conhecerem o zero, já resolviam nessa época equações algébricas.  Os seus conhecimentos astronômicos permitiam-lhes a organização de um calendário baseado nos movimentos do Sol.  A divisão do ano em doze meses de trinta dias é de origem egípcia; os romanos adotaram-na e ainda hoje é conservada com pequenas modificações.

 

A medicina egípcia também era surpreendentemente adiantada.  Chegaram a fazer pequenas operações e a tratar com habilidade as fraturas ósseas.  Pressentiram a importância do coração e na observação das propriedades terapêuticas de certas drogas adquiriram alguns conhecimentos básicos de farmacodinâmica.