A SÍNTESE HISTÓRICA
O conhecimento primário de um fato histórico é obtido através da análise que muitas vezes o decompõe para melhor estuda-lo. O fato histórico, porém, não é um fenômeno isolado, não existe por si mesmo; faz parte de um encadeamento de outros fatos, de uma sucessão de situações e circunstâncias.
O simples conhecimento do fato histórico, por si só, não constitui ciência; sua interpretação e a compreensão de suas conexões exigem operações sintéticas por parte dos historiadores. A palavra síntese tem sido muito empregada. Aplica-se geralmente a obras que estudam fatos históricos muito diversos. Henri Berr dividiu a síntese histórica em dois graus: síntese erudita e síntese científica.
A síntese erudita, comumente, é feita por grupos especialistas. Estabelece a certeza histórica pela coleta e seleção de milhões de fatos a respeito de determinados assuntos.
A síntese científica visa unificar e conduzir os fatos da síntese erudita a princípios explicativos.
Os que fazem síntese erudita são como os astrônomos que observam os astros e anotam as suas diversas posições. Os que fazem síntese científica são como aqueles que estabelecem as leis da mecânica celeste.
Quando esta síntese superior é uma reflexão sobre a natureza e as causas do processo histórico, recebe então o nome de Filosofia da História. Quais são os fatores decisivos da História? O suceder histórico é obra do acaso, do destino, da providência, de causas desconhecidas, de fatores econômicos ou de resultantes biológicas. A estas perguntas tenta responder a Filosofia da História. Se a História esclarece e interpreta o fato histórico, a Filosofia da História indaga seu sentido, sua razão, seu fim.
Não deve ser, contudo, confundida com mundividência, que é visão ou concepção do mundo, denominada por alguns de cosmovisão. A mundividência é um produto da reflexão espontânea e tem um sentido dinâmico, sendo muitas vezes a base intelectual do comportamento do homem inteligente.
À Filosofia da História estão ligados os nomes de grandes historiadores e pensadores como Ibn Khaldoun, Santo Agostinho, Lorenzo Valla, Herder, Spencer, Montesquieu, Voltaire, Marx, Spengler e Toynbee.