O PENSAMENTO GREGO
O DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
O ALFABETO GREGO
O aparecimento do alfabeto grego foi o resultado de uma fusão de sinais de diversas procedências. No século X a.C. o alfabeto dos povos semitas, misturado com alguns signos minoanos, foi usado como forma de comunicação. Mas a partir do século VIII o alfabeto jônico infiltrou-se pelas vias comerciais e, em 403 a.C., Atenas o adotou oficialmente, provocando assim sua propagação por toda a Grécia. Julga-se ter sido Cadmo de Mileto o iniciador da PROSA grega, porém, as raízes das grandes realizações intelectuais dos gregos estão situadas na ILÍADA e na ODISSÉIA de Homero que eternizou as tradições orais de seu povo e consagrou-se como o primeiro vulto de sua grande literatura.
A literatura grega poderia ser dividida em três períodos principais:
PERÍODO PRIMITIVO DA LITERATURA GREGA.
Inicia-se com a POESIA homérica que ao mesmo tempo constitui uma epopeia marcial (Ilíada) e uma narração de costumes e mitos gregos (Odisséia). Além de Homero, convém destacar Hesíodo, autor da TEOGONIA, estudo da genealogia dos deuses gregos. É nesta fase que nascem as diversas formas de POESIA como a ELEGIA, a princípio um canto melancólico sobre assuntos tristes e posteriormente um gênero que abrangia todo o campo dos interesses humanos; a POESIA JÂMBICA, adequada à sátira e a controvérsia; a POESIA LÍRICA, geralmente acompanhada de música e cujo maior expoente foi Píndaro, famoso pelas suas ODES à VITÓRIA.
O DRAMA – O TEATRO GREGO.
Foi no período ático ou ateniense que surgiu a POESIA DRAMÁTICA da qual se originou o teatro. O verdadeiro criador da tragédia foi Ésquilo que inventou o diálogo dramático e transformou a simples narração no desenvolvimento de uma situação dramática que em determinado momento atinge a um clímax. As principais peças de Ésquilo, ainda hoje conservadas, são: As Suplicantes, Os persas, Os sete contra Tebas, Prometeu acorrentado e Oréstia. Outro grande nome do drama grego é Sófocles; dotado de profunda ironia. Foi o criador dos cenários pintados e é autor de Antígona, Electra e Édipo Tirano.
Com Eurípedes o teatro atinge a posição de instrumento de análise intelectual. Sua mais famosa peça denomina-se: As bacantes. Um seu contemporâneo, Aristófanes, cultivou com raro brilho a comédia e ter a seu mérito haver convertido em crítica social o que antes não passava de cenas incompletas. Chegaram até nós onze peças de sua autoria, entre as quais: As nuvens, A paz, A assembleia de mulheres, As rãs e As aves, esta última considerada como crítica à expedição enviada à Sicilia.
CONSTITUIÇÃO DO TEATRO GREGO.
O teatro foi, inegavelmente, uma das mais belas manifestações da cultura grega. Confundindo-se primitivamente com os festejos populares e as cerimônias religiosas em homenagem a Dionísio, evoluiu até constituir um instrumento de alto valor educativo. As tragédias (Do grego “tragodia” ou canto do bode. Este animal faria parte do culto dionisíaco, pois representava os faunos.) e as comédias (Do grego “comos” (festa) e “ode” (canto.) que antigamente apenas descreviam as aventuras de Dionísio, gradativamente, foram explorando temas mais interessantes e variados.
Em Atenas e em outras cidades gregas construíram-se grandes teatros com capacidade para milhares de espectadores. Comumente tinham a forma de um semicírculo e não possuíam teto, sendo aproveitadas as encostas das pequenas elevações, de maneira que as galerias superiores fossem cavadas na própria rocha. Junto à primeira fila de espectadores situava-se a orquestra, pista circular para as danças efetuadas pelo coro. Por trás, erguia-se uma pequena construção de madeira (skene), que servia de cenário, representando um palácio, um templo ou uma residência. Era também usado um aparelho mecânico (mechane) que com cordas e pesos levava ao palco os atores que representavam as divindades, dando a impressão de que teriam vindo do céu; era o “deus ex machina” dos romanos.
Os atores gregos usavam máscaras providas de um ressonante bocal de cobre, e para realçar a estatura e possibilitar maior visibilidade por parte dos espectadores, usavam altos sapatos chamados “coturnos”.
No teatro grego só representavam homens, que, também, faziam os papéis femininos. Os espetáculos iniciavam-se pela manhã, muito cedo, e prosseguiam até o anoitecer. Geralmente as representações duravam três dias e em cada uma delas eram levadas à cena três tragédias, uma sátira e uma comédia.
PERÍODO HELENÍSTICO.
Esta fase da literatura grega divide-se em duas etapas ou subperíodos: o alexandrino (de 320 a 146 a.C. aproximadamente) e o greco-romano (da conquista da Grécia pelos romanos a 565 de nossa era, data da morte do imperador Justiniano). Em ambas, a característica dominante é cosmopolitismo literário; o ideal da polis (cidade) é substituído pelo conceito de humanitas (humanidade). Os nomes mais notáveis dessa época são Teócrito, Epicuro, Zenão, Pirro, Aristarco de Samotrácia, Timeu de Tauromínio, Euclides, Arquimedes, Políbio, Diodoro da Sicília, Flávio Josefo, Plutarco e Estrabão.