Translate this Page




ONLINE
11





Partilhe esta Página

                                            

            

 

 


Leitura Pega Carona na EDUCAKOMBI Grafitada
Leitura Pega Carona na EDUCAKOMBI Grafitada

LEITURA PEGA CARONA EM KOMBI GRAFITADA

 

Em projeto da SEDUC, estudantes pintam veículo que será usado como biblioteca itinerante

 

Uma Kombi branca, ano 1992, da Secretaria Estadual da Educação (Seduc/RS) estava aposentada em um depósito – apesar de poder rodar normalmente. Agora, ganhará uma função: levar literatura e contação de história para as ruas da Capital e de outras cidades do Estado. Este é o objetivo do projeto EducaKombi, pensado pela Seduc e executado por alunos do 6º ao 9º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Aurelio Reis, do Jardim Floresta, de Porto Alegre, em parceria com o artista urbano Lucas Verniere, 38 anos, o Anão.

 

No primeiro momento, a ideia do secretário da Educação, Faisal Karam, era mais singela: revitalizar o hall de entrada do Seduc, na região central de Porto Alegre, ao lado do Centro Administrativo Fernando Ferrari, ao reformar uma antiga estante e oferecer aos visitantes uma biblioteca. Mas sua equipe propôs, além do móvel, uma Kombi itinerante que disponibilizasse diversos títulos de forma gratuita para adultos e crianças.

- Muitas vezes, ganhamos livros que acabam ficando parados. Com essa estante e com a biblioteca itinerante, vamos conseguir fazer com que essas obras cheguem até as pessoas. Quando este trabalho de pintura externa for finalizado, partiremos para revestimento interno, retirada dos bancos, colocação de prateleiras e acomodação dos títulos – destaca Karam.

 

Para a realização dos grafismos, foram utilizadas 40 latinhas de spray. A expectativa é de que a total transformação do veículo seja concluída até 17 de abril, data em que começa a Semana Estadual do Livro e de Incentivo à Leitura. E que, a partir daí, outras iniciativas passem a ser desenvolvidas junto à comunidade, como explica a Coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (Sebe), Maria do Carmo Mizetti:

- Este carro pode ser deslocado até os parques e demais cidades para que os leitores possam acessar essas obras e para que possam ser realizadas ações como contação de história. Já temos algumas editoras que nos ajudarão com doações, mas uma das primeiras doações para este projeto será a obra que os alunos mesmo escrevem e que é lançada anualmente na Feira do Livro de Porto Alegre.

 

Animada e falante, a jovem Victória Silveira, 14 anos, do 9º ano, vestia(o certo é calçava) luvas e máscara para se proteger dos pequenos jatos de tinta que saíam da latinha que tinha em mãos. Determinada a colorir tanto a estante quanto a Kombi, relata que aprendeu a fazer os moldes usados no grafite durante as oficinas ministradas na escola por Anão. E que foi no colégio que ela desenvolveu habilidades artísticas, descobriu-se fã de títulos de ficção científica e romance e se conectou ainda mais com a comunidade.

- Eu amo tudo o que envolve a arte. Pintura, desenho, música, dança, literatura. Os livros são mágicos, porque, com eles, tu não vive somente a tua vida, vive a de outras pessoas também, a de outros personagens. Naquelas páginas, agente aprende e se emociona – conta a estudante,

 

 

Complemento ao processo de ensino

 

Victória é uma das pessoas envolvidas, desde o início deste ano letivo, com o projeto que visa ressaltar a importância da arte e da leitura para a saúde em geral. O colégio Aurelio Reis já trabalha com as manifestações artísticas em sua grade curricular. Há 11 anos, por exemplo, é lançada uma edição novinha do BALAIO DE PALAVRAS, que traz os escritos produzidos em sala de aula pelos estudantes, diz a diretora da escola, Nássara Scheck:

- Creio que esse tipo de ação é um incentivo muito grande para eles. Foram alunos e sabemos que essas atividades marcam vidas. Aqui, eles mostram que aprenderam algo. Conhecimento é isso. É tu conseguires mostrar, aplicar na vida o que foi ensinado.

 

Para a psicopedagoga e especialista em transtorno do desenvolvimento Pamela Dutra, projetos como este, que mesclam mais de uma manifestação artística, ajudam a qualificar o processo de aprendizagem dos estudantes.

- O desenho potencializa a criatividade, desenvolve o raciocínio e a coordenação motora, por exemplo. A leitura, por sua vez, auxilia no domínio da linguagem verbal, da escrita e na concentração. Essas duas ações qualificam a aprendizagem para outros conteúdos posteriormente. A arte complementa o processo de instrução – destaca Pamela.

 

 

Fonte: Zero Hora/Sua Vida-Educação/Iarema Soares (iaremasoares@zerohora.com.br) em 29/03/2019