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BiblioGELOteca no Condomínio Cultura
BiblioGELOteca no Condomínio Cultura

CONDOMÍNIO CULTURA

 

Gestão feminina cuida de estrutura e funcionamento de conjunto residencial, mas dá um toque especial, promovendo boa integração, sustentabilidade e conhecimento

 

Doze mulheres e o apoio de muitas mãos fazem a diferença no Residencial Princesa Isabel, em Porto Alegre. Elas auxiliam a administração do condomínio, especialmente atuando na promoção da cultura, boa convivência, integração e sustentabilidade, nos oito blocos que compõe o conjunto.

 

Reunião de condomínio, na maioria das vezes, desanima qualquer um. Mas a ideia de colocar em circulação cerca de 50 livros doados por moradores – mas parados, há algum tempo, numa sala do prédio – animou os condôminos, em 2017. A partir daí, a equipe de gestão feminina (uma síndica, uma vice e dez subsíndicas) transformou a vontade em proposta e aproveitou uma geladeira em desuso para arrumar e disponibilizar livros no local, a exemplo do que já ocorre em diversas cidades brasileiras. A primeira foi doada por uma moradora, seguida da customização do aparelho, divulgação de frases motivadoras à leitura e da criação do nome: BiblioGELOteca. Foi assim que teve início a organização dos livros “em estantes livres de controle, seja na doação ou na busca por leituras”, segundo explica a vice-síndica Isabela Camini. Mas a tarefa de dar vida ao projeto foi destinada a três pessoas (a própria Isabela e as subsíndicas Maria Tiburi e Mariza Dorneles), com o auxílio das demais dirigentes.

 

Com doações voluntárias, mais livros foram arrecadados em caixas deixadas ao lado das geladeiras ou levadas à administração ou à portaria. E como houve também interesse de alguns moradores em doar CDs, a BiblioGELOteca também passou a oferecer revistas, jornais, CDs e DVDs, com diversificado repertório. Esse rumo fez com que, espontaneamente, as pessoas se aproximassem do espaço. E a decisão foi por uma biblioteca livre e aberta. “Quem deseja doar, doe com liberdade e alegria. E quem deseja ler, leia, também, com liberdade”, argumentou Isabela. Desse modo, rapidamente, a geladeira ficou lotada de livros, ao mesmo tempo em que também eram retirados e lidos por moradores. Mariza Dorneles revela que, diante da movimentação positiva, a equipe passou a fazer triagem, conservação e organização do local. E, nesse quesito, Maria Tiburi ajudou bastante, com sua experiência como bibliotecária, ressaltando a variedade e qualidade do acervo. Segundo elas, existem em torno de cem livros circulando em períodos normais.

 

 

Com a aceitação dos moradores, foi então aberta uma segunda e uma terceira BiblioGELOtecas, também doadas por moradores, pintadas e instaladas em espaços estratégicos nas áreas de lazer do condomínio, que abriga cerca de 1,5 mil pessoas, em 499 apartamentos. Como fica em frente ao Instituto de Cardiologia do RS, no bairro Santana, alguns visitantes também passaram a utilizar o acervo, enquanto aguardam ou atendem a questões de saúde no Cardiologia. E há quem aproveite os livros para escolaridade. É ocaso da funcionária do condomínio, Cristiane Soares, que afirma já ter encontrado, inclusive, bibliografia para seus estudos profissionalizantes, no curso de Técnico de Enfermagem.

 

Isabela revela que no condomínio, junto às BiblioGELOtecas, estão bancos, bicicletário, árvores e áreas cobertas, capazes de tirar os moradores de seus apartamentos para buscarem convívio, dos livros ou dos vizinhos. E atesta que, com esse animado e colorido estímulo, o residencial vai conquistando leitores, de idosos a crianças. A pequena Giulia é uma das engajadas. Não apenas lê, como ajuda na organização e divulgação da BiblioGELOteca, que, atualmente, já possui mais de mil livros. “Por conta disso, realizamos oficinas de literatura infantil, com a presença de crianças que gostam de ler e contar histórias”, destacou Isabela.

 

Jardinagem, com o toque de moradores interessados, pracinha e bicicletário, com cerca de 70 vagas, além de promoção de oficinas, cultos ecumênicos, encontros integradores e palestras compõe a realidade singular de u condomínio cujo espaço de viver é um esforço coletivo de bom conviver, com interação e cultura.

 

 

Fonte: Correio do povo/Educação/Maria José Vasconcelos em 24/03/2019.