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Frida y Diego: com Leona Cavalli e José R.Chachá
Frida y Diego: com Leona Cavalli e José R.Chachá

PASSIONAIS E GENIAIS

 

TEATRO: Leona Cavalli e José Rubens Chachá interpretam Frida Kahlo e Diego Rivera.

 

O lado humano dos ícones da arte mexicana Frida Kahlo e Diego Rivera está no palco durante o espetáculo Frida y Diego, que integra a programação do Porto Alegre em Cena neste sábado e domingo no Theatro São Pedro.

 

Interpretados por Leona Cavalli, 45 anos, e José Rubens Chachá, 6l anos, a peça aborda a vida do casal, conhecido pelas personalidades fortes e conflitantes convicções artísticas e políticas, mas que conseguiu elevar sua arte ao reconhecimento mundial.  Com texto de Maria Adelaide Amaral e direção de Eduardo Figueiredo, a montagem ambientada entre 1929 e 1953, mostra o romance de Frida e Diego, incluindo casos extraconjugais de ambos.  “Claro que também tocamos em aspectos estéticos e políticos, no entanto, o enredo está centrado na relação dos dois.  É um lado da história que as pessoas não conhecem, como eu costumo dizer: parece que as pessoas estão olhando pelo buraco da fechadura”, explica Chachá.

 

Nas quatro vezes que o ator visitou o México com o Teatro do Ornitorrinco, ele percebeu que as pessoas falavam com um certo preconceito sobre o casamento de Frida e Diego.  “Eles pediam desculpas dizendo que os dois eram muito devassos, percebi que essa relação gerava um certo fascínio e um certo horror”, comenta.

 

Muitos conhecem Frida por suas obras como artista plástica, mas sua influência vai além – a artista é considerada uma mulher à frente de seu tempo.  “Entre tantas coisas, com esta personagem percebi a imensa capacidade de autosuperação de Frida, o comportamento literário e a paixão pela vida que ela tinha, muito além de seu grande legado nas artes plásticas, do qual eu já era admiradora”, comenta Leona, lembrando que Frida sofreu um acidente quando tinha 18 anos, fazendo com que enfrentasse diversos problemas de saúde ao longo do tempo.  Rivera, seu marido, também foi um grande representante das artes plásticas – a militância política marcou sua trajetória e aparece, ainda, em seus trabalhos.

 

Tanto Leona quando Chachá já tinham interpretado personagens reais antes.  Leona viveu o mito Cacilda Becker (1921-1969) em Cacilda!, com direção de Zé Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina, e Chachá interpretou Oswald de Andrade em Tarsila.

 

“Embora pareça limitador, porque você está partindo de uma pessoa que já existiu e você não tem muito o que inventar, é provocativo e estimulante, você vai atrás, faz uma pesquisa profunda, não meramente racional, você tem que conseguir passar a alma da pessoa”, conta ele, que buscou informações em diversos livros, como O homem que amava os cachorros, de Leonardo Padura, para entender melhor as influências do personagem.

 

Para Leona, “Frida Kahlo é até hoje uma artista muito conhecida e amada, e, naturalmente, isso traz uma responsabilidade maior.  Li suas biografias, diários, revi sua obra, fui até o México e visitei sua casa e museu.  Isso tudo foi muito importante no processo.  Mas, a partir de um determinado momento, precisei esquecer e mergulhar na minha própria interpretação dela, procurando fazer de forma autêntica”, conta a gaúcha de Rosário do Sul.

 

Apesar das tragédias e conflitos da história, os atores garantem que a trama é cheia de humor e de amor.  “Eles eram pessoas bem humoradas e brincalhonas, apesar dos encontros e desencontros, era um amor muito denso e verdadeiro, embora possa parecer outra coisa”, opina Chachá.

 

Fonte:  Jornal do Comércio de 4 a 7/09/2015 por Michele Rolim.