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JM Alvarez
JM Alvarez

Entrevista escritor JM Alvarez

 

José Manoel Alvarez, ou JM Alvarez, carioca, capricorniano e botafoguense. É casado e pai de três filhos já adultos.

 

Fã de seriados e cinema. Gosta de ler romances, biografias e ficção-científica. Seus autores favoritos são; Erico Veríssimo, José Mauro de Vasconcelos, Jorge Luiz Calife, Arthur Clark, Isaac Asimov, Ken Follet, Sidney Sheldon e Nicholas Sparks.

 

Trabalhou por 38 anos em uma multinacional, quando resolveu se aposentar e realizar um sonho de adolescência, escrever, ler e desenhar.

 

Em 2014 descobriu o Wattapad onde poderia não só ler, como também escrever e ser lido por outras pessoas. Foi então que surgiu a ideia de escrever Amor Infinito, seu primeiro romance, que em 2015 foi editado pela editora Tribo das Letras e lançado durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

 

“Quero passar mensagens boas, mas sem que possa ser confundido com livro de autoajuda. E eu não tenho nada contra este segmento, mas não é a minha praia. Quero que as leitoras acabem de ler o meu livro e o recomendem para as amigas.”

 

Boa Leitura!

 

Divulga Escritor - Escritor JM Alvarez é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a participar do Festival de Literatura organizado pelo escritor Luiz Amato?

JM Alvarez - Conheço o Luiz Amato há uns dois ou três anos, sempre pelo Facebook. Comprei seus dois primeiros livros diretamente com ele e acompanho sua luta constante pela divulgação da literatura nacional. Sendo assim, quando vi sua proposta para este evento eu não pensei duas vezes e aderi.

 

Divulga Escritor - O que mais o encanta no evento?

JM Alvarez - A diversidade de autores e estilos.

 

Divulga Escritor - Quais livros/escritores marcaram sua vida? Por quê?

JM Alvarez - O primeiro livro que li na vida foi O Esquilo Voador, presenteado por uma professora por minhas excelentes notas. Ele foi o inicio de tudo. Depois descobri o maravilhoso escritor José Mauro de Vasconcelos, com seus livros Meu Pé de Laranja Lima, Rosinha, Minha Canoa, O Palácio Japonês e o Veleiro de Cristal. Mas o meu grande favorito sempre foi Erico Veríssimo, com O Tempo e O Vento, Um Certo Capitão Rodrigo, Ana Terra, Clarissa, Saga, Incidente em Antares, entre outros. Ele era um escritor genial.

Depois eu descobri os autores de ficção científica como Arthur C. Clark e Isaac Asimov, e os fantásticos romances de Edgar Rice Burroughs, contando mais de vinte aventuras de seu genial personagem Tarzan, que integravam a antiga coleção Terramarear, da Companhia Editora Nacional. Dos autores românticos e grandes contadores de histórias os meus preferidos são Sidney Sheldon e Nicholas Spark. Todos estes livros foram importantes para mim em determinado momento de minha vida.

 

Divulga Escritor - Em que momento pensou em escrever o seu livro “Amor Infinito”?

JM Alvarez - Desde a adolescência eu tinha um sonho de escrever um livro, que, por inúmeros motivos, nunca havia conseguido. Porém, há dois anos eu me aposentei e resolvi não mais trabalhar formalmente e dedicar-me aos meus hobbies favoritos: ler, escrever e desenhar. Comecei a escrever Amor Infinito com o titulo inicial de Almas Gêmeas. Sempre achei muito interessante este tema de almas gêmeas, que se reencontram em ininterruptas encarnações para viverem, ou não, um grande amor. Mas não é um livro doutrinário sobre reencarnações ou espiritismo. Falo muito rapidamente sobre essa questão. É um romance com muito amor e amizade. Eu já definira que o tema do meu primeiro livro teria que ser sobre almas gêmeas e estava fazendo o primeiro rascunho do roteiro quando li uma carta na coluna do consultório sentimental da revista dominical do jornal O Globo, que tinha uma questão que casava exatamente com o que eu pretendia escrever. Então resolvi usar aquele tema como o ponto de partida; um sentimento muito forte entre dois amigos, sendo que ambos eram comprometidos e amavam seus parceiros. Depois pesquisei na Internet e em livros espíritas sobre o tema. E a partir daí eu fui criando a trama e desenvolvendo os personagens e seu universo.

 

Divulga Escritor - Como foi a escolha do Título?

JM Alvarez - No livro um diário gravado num pen drive em formato de uma joia é encontrado com Yara, a tripulante de uma estação espacial no ano de 2327. E ele conta uma grande história de amor acontecida em 2060 entre Gegê (Germano), Elisabeth (a namorada) e Bárbara (a grande amiga). E o mistério que explica este sentimento forte existente entre Gegê e Bárbara, só tem explicação em 1870, quando eles estiveram juntos numa vida anterior. Aliás, todos os personagens da trama de 2060, são mostrados em suas vidas nos anos 1870, na parte final da história. E já ao finalzinho do livro vamos também descobrir qual é a ligação de Yara com os personagens de 2060 e de 1870. Portanto nada mais natural do que chamá-lo de Amor Infinito, pois, de formas diversas, durou centenas de anos e quem sabe por quantas outras épocas ainda continuará.

 

Divulga Escritor - O que o inspirou na criação dos personagens?

JM Alvarez - Foi um processo muito prazeroso. Primeiro eu defini que uma das protagonistas teria que ser negra, para termos um possível romance inter-racial. Gosto desse tema. Acho que os personagens negros são muito pouco explorados em nossa literatura até hoje. No caso era a Bárbara. Ao final acabaram sendo duas, pois a Yara também é negra, embora neste primeiro livro sua participação seja pequena. Depois criei o casal principal, Gegê e Elisabeth. A que mais me deu prazer em compor foi Isaura, a mãezona de Gegê, e que eu me baseei livremente numa grande amiga paulista, Marlene Guimarães, que se tornou minha beta, e que eu não conhecia pessoalmente, só através de WhatsApp e Facebook. Mas, minhas personagens favoritas são Bárbara e Isaura, que é, sem dúvida, a personagem que eu mais gostei de escrever, pois ela é engraçada e eu acabava me divertindo muito bolando as cenas dela e suas tiradas bem humoradas. Foi através de Isaura que dei meus recados. Quem sabe no futuro não faço um livro só para ela?

 

Divulga Escritor - Qual foi o momento, cena mais difícil para você escrever das suas histórias?

JM Alvarez - O mais difícil aconteceu no capítulo 13, quando a Bárbara passaria a compor um casal homossexual com a Luana, uma personagem que entraria na trama exatamente para isso. Mas a repercussão entre as minhas amigas e as leitoras do Wattpad foi péssima. As leituras a partir daquele capítulo caíram muito e não chagaram a 30% da média que tinha antes. E amigas disseram que estavam acompanhando, mas que não gostaram do fato dela ser gay. Eu estranhei muito, pois o povo vê isso diariamente nas novelas da TV e não me consta que a audiência delas tenha caído por causa disso. Realmente eu não esperava aquela reação. Então resolvi reescrever aquela relação, até porque eu também não estava muito à vontade para escrever sobre o assunto, mas estava encarando como um desafio de autor. Reescrevi os capítulos 13, 14 e 15 que já estavam no Wattpad, introduzindo um personagem masculino para compor o casal. Depois disso as leituras começaram a subir novamente. Foi a única concessão que fiz ao escrever o livro. Mas se acontecer de novo certamente não vou mais fazer outra concessão, vou seguir o que estava planejado.

 

Divulga Escritor - O que mais o encanta nesta obra?

JM Alvarez - Entreter as pessoas e passar uma mensagem sempre positiva. Na minha história não há vilões maquiavélicos, pelo menos não até agora. O grau de vilania, quando houver, será moderado, pois também faz parte da vida. Mas o que procuro é que as pessoas tenham uma leitura gostosa, leve. E, sempre que possível, passar boas mensagens, onde o amor e o bem sempre vão vencer no final. Já chega a vida real, onde a maldade está levando vantagem. Evito isso nos meus livros, que o mal prevaleça. Quero passar mensagens boas, mas sem que possa ser confundido com livro de autoajuda. E eu não tenho nada contra este segmento, mas não é a minha praia. Quero que as leitoras acabem de ler o meu livro e o recomendem para as amigas.

 

 

Divulga Escritor - Onde podemos comprar o seu livro?

JM Alvarez - Até o final do ano ele já deverá estar nas livrarias. A primeira tiragem foi destinada ao lançamento na Bienal do Livro do Rio e depois na de Pernambuco, além de uma pré-venda realizada pela Internet. A editora Tribo das Letras fez um trabalho fantástico e agora estamos na fase de ajustes para que a edição que for para as livrarias esteja o mais perfeita possível. Mas ainda temos edições disponíveis para venda no site da editora

(http://www.livrostdl.com.br/produto.php?cod_produto=8344442) e na lojinha virtual do meu blog (http://www.jmalvarezescritor.com/p/lojinha.html). Quem comprar no meu blog recebe o livro autografado e com marcadores.

 

Divulga Escritor - Quais os principais hobbies do escritor J. M. Alvarez?

JM Alvarez - Ler, ler e ler, escrever e ver seriados de TV.

 

Divulga Escritor - Como você vê o mercado literário brasileiro?

JM Alvarez - É difícil dar uma opinião por não estar acompanhando mais de perto este mercado até o ano passado. Mas, pelo que tenho visto há, um expressivo crescimento dos livros nacionais. Muitos autores novos surgindo e sendo editados. Principalmente autoras, ainda mais depois do surgimento do Wattpad, Widbook, Amazon e outras plataformas de autopublicação. Acho que a tendência é aumentar ainda mais. Meu livro foi editado pela editora Tribo das Letras e eles fizeram um investimento enorme em novos autores nacionais. Foram cerca de setenta autores nacionais lançados na Bienal do Livro do Rio pela Tribo das Letras, e pelo seu selo Métrica. Acho que nenhuma outra editora lançou tantos autores nacionais numa única Bienal. E a grande maioria deles ainda não havia sido editada antes. E isso deve ser um fato a ser comemorado. Acho que a tendência é que esse espaço para os autores nacionais continue se expandindo progressivamente.

 

Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor  J. M. Alvarez. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

JM Alvarez - Que prestigiem os autores nacionais, sem que isso possa parecer xenofobismo, afinal há espaço para todos. Mas não há como fazer este mercado crescer se os leitores não comprarem os livros, sejam impressos ou em e-books. Não adiante escritores terem milhões de leituras no Wattpad, e plataformas semelhantes, se este apoio não se reflete na hora de comprar os livros. Afinal, todo escritor, por mais iniciante que seja, sonha um dia poder viver de sua carreira de escritor. E isso no momento é para bem poucos. Mas com a ajuda dos leitores podemos aumentar significativamente este contingente de escritores que vivam da venda de seus livros.

 

 

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