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David Bowie e a Coletânea Five Years
David Bowie e a Coletânea Five Years

DAVID BOWIE E A CRIAÇÃO DO GLITTER

 

Em outro momento, a caixa FIVE YEARS seria assunto para enlouquecer os fãs de David Bowie (1947 – 2016).  Mas o box está passando batido, ofuscado por notícias mais impactantes.  Primeiro, pelo lançamento quase simultâneo ao último álbum do cantor, BLACKSTAR.  Depois, por sua morte, no dia 10.  Agora, após tudo o que foi falado sobre o seu legado, pode ser interessante escutar exemplos concretos de sua genialidade.

 

 

FIVE YEARS está repleta desses exemplos.  A coletânea contempla seus discos entre 1969 e 1973: DAVID BOWIE (1969, lançado também com o título SPACE ODDITY), THE MAN WHO SOLD THE WORLD (1970), HUNKY DORY (1971), THE RISE AND FALL OF ZIGGY STARDUST AND THE SPIDERS FROM MARS (1972), ALADDIN SANE (1973) e PIN UPS (1973).  De certa forma, podem ser considerados a sua primeira fase, porque o disco que lançou em 1967, com seu nome no título, é um “filho ilegítimo”: reunia canções de compactos que Bowie gravou sem rumo certo, muito jovem, aceitando sugestões pouco criteriosas de quem o acompanhava na época.

 

A partir do álbum de 1969 – e principalmente da canção SPACE ODDITY –, ele formataria o glitter, um momento espalhafatosamente criativo do rock.  Embora fosse o timoneiro, não fez tudo sozinho.  Correndo por fora, Marc Bolan (1947 – 1977) e Alice Cooper ajudaram.  As músicas do Bowie iniciante são ótimas.  Rock, sim, mas já cheio de referências de jazz, vaudeville, música de cabaré e um pouco de progressivo.

 

 

Em termos de comportamento, o glitter e sua androginia foram bem definidos pelo músico Gary Kemp, da banda Spandau Ballet, em entrevista reproduzida em vídeo na exposição sobre Bowie montada em 2015 no MIS-SP:  “Ele borrou as linhas limítrofes entre o masculino e o feminino”.ZIGGY STARDUST, com remixes.

 

Assista o vídeo de Bowie cantando Rebel Rebel em:  https://www.youtube.com/watch?v=Sa6bI_95G9I

 

Fonte:  ZeroHora/Thales de Menezes (Folhapress) em 02/02/2016