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Alexandre da Macedônia
Alexandre da Macedônia

 

A ANTIGUIDADE GREGA

 

ALEXANDRE DA MACEDÔNIA.

Aos vinte anos, Alexandre, que havia sido educado por Aristóteles e possuía uma mentalidade tipicamente grega, tornou-se soberano do império macedônico em expansão.  Tebas, aliada a Atenas, aproveitando a mudança de governo e a pouca idade de Alexandre, tentou rebelar-se contra a guarnição macedônica instalada na Cadméia.  O jovem Alexandre fez sentir duramente seu poder e sua autoridade:  ordenou a destruição de Tebas, onde somente respeitou a casa do poeta Píndaro e alguns templos.  Em relação a Atenas, cuja projeção intelectual respeitava, foi extraordinariamente generoso.

  

Preparou-se Alexandre para realizar o grande sonho de seu pai:  a conquista do império persa.  Com uma infantaria de quarenta mil homens e cinco mil cavalos cruzou o Helesponto, visitou Tróia (Entusiasmado pela cultura grega e particularmente por Homero, Alexandre havia tomado como modelo para sua vida a figura lendária de Aquiles.), bateu os persas na batalha de Grânico, ocupou Sardes, atingindo depois Górdio (nesta cidade havia um grande nó atado no timão de uma carroça.  Um oráculo havia profetizado que o império do mundo caberia a quem o desatasse.  Alexandre o cortou com certeiro golpe de espada.).  Em Issus derrotou novamente os exércitos de Dario III.  Dirigiu-se depois para o Egito que se deixou invadir sem resistência e lá fundou uma nova cidade:  Alexandria.  Encaminhando-se para a Mesopotâmia, venceu mais uma vez as tropas de Dario que foram completamente desbaratadas em Arbelas.

 

Dario foi assassinado por um sátrapa enquanto suas grandes cidades caíam em poder de Alexandre.  Considerando-se, após a morte de Dario, como o legítimo sucessor do trono persa, Alexandre continuou a avançar para Oriente atingindo o rio Indo, na Índia.  Preocupados com a distância que os separava da longínqua terra natal, seus soldados pediram-lhe que regressasse.  O conquistador macedônico, não desejando perder a afeição de seus soldados, resolveu voltar, embarcando parte de seu exército por mar, e, seguindo por terra, atravessou grandes áreas desérticas, suportando com seus homens a mais dura sede.  Ao chegar a Babilônia, foi recebido com honras divinas.  Mas era um simples mortal, e vitimado por uma febre morreu com 33 anos de idade.

 

Alexandre foi, inegavelmente, um grande conquistador.  Inclemente, impiedoso, místico e temperamental, realizou o sonho de muitos reis e potentados que o antecederam.  Reuniu todo o mundo conhecido na época em um só império, com exceção do Mediterrâneo Ocidental.  Não se pode afirmar, contudo, que tenha sido um grande estadista.  É verdade que fundou cidades e estimulou casamentos entre seus soldados e mulheres persas, procurando nivelar pelo matrimônio as grandes diferenças entre as civilizações grega e persa, havendo ele mesmo dado o exemplo casando-se com Roxana, uma nobre persa.  Contudo, ao aceitar no Egito o título de “filho de Amon” e ao coroar-se como “rei do mundo”, demonstrou um primarismo político que, evidentemente, não era proporcional à educação que recebera de Aristóteles.  Sofreu forte influência de sua mãe Olímpia, a quem talvez deva muito de sua personalidade paradoxal.  Seu colossal império tinha bases frágeis e, imediatamente após sua morte, seus principais generais o dividiram entre si:  Ptolomeu ficou com o Egito, fazendo de Alexandria sua principal cidade;  Antígono ficou com a Macedônia e a Grécia; e Seleuco apoderou-se da Pérsia, da Mesopotâmia e da Síria, formando o reino da Síria com capital em Antioquia.

 

É fato notório que Alexandre contribuiu para a helenização do oriente, embora esta não haja sido obra exclusivamente sua.  Alguns autores acreditam até que as campanhas de Alexandre tenham contribuído mais no sentido de orientalizar a Europa do que propriamente para helenizar o Oriente.

  

A HELENIZAÇÃO DO ORIENTE.

É inegável que a presença de milhares de gregos e de macedônios no Oriente, levados pela ambição de Alexandre, provocou consequências importantes, tais como:

 

a)    Ampliação das rotas comerciais e fundação de portos e cidades.

 

b)    Maior circulação das riquezas em virtude da distribuição dos fabulosos tesouros dos soberanos persas entre as tropas de Alexandre.

 

c)    Fusão de raças em virtude de casamentos entre gregos e persas.

 

d)    Expansão do idioma, dos costumes e do pensamento grego cuja fusão com a cultura oriental originou a chamada cultura helenística.

 

A democracia e a aristocracia não conseguiram sobreviver depois do contato da civilização helênica com as civilizações orientais; a monarquia por direito divino passou a ser a forma dominante de governo.  Os últimos descendentes de Ptolomeu chegaram mesmo a assinar seus decretos com a palavra “theo” (deus).  No entanto, um grande desenvolvimento econômico caracterizou a economia helenística, com um regime de livre concorrência, a formação de grandes empresas comerciais e sobretudo com o crescimento das cidades.  Entre estas, destacou-se principalmente Alexandria, que chegou a possuir quase um milhão de habitantes, uma BIBLIOTECA com 750.000 volumes, edifícios públicos monumentais, um museu (palácio das musas), centro de ciência da época com amplos salões de conferências, salas para coleções, jardim botânico, e um famoso farol de 135 metros de altura, todo em mármore, situado na entrada do porto (na ilha de Faro) e que seria mais tarde considerado como uma das sete maravilhas do mundo.

 

Além de Alexandria, que recebeu forte influência grega, outros centros da cultura helenística foram, também, Antioquia e Pérgamo.