QUEM AÍ ACREDITA NO JORNALISMO?
Eu cresci acreditando que o jornalista é o principal representante do povo. Descobri por instinto que o repórter já acorda pensando no que vai ser notícia. Que devemos ir pra rua, colocar o pé no barro em busca da matéria-prima do nosso trabalho: as histórias. Pegamos o nosso bloquinho junto com os equipamentos e vamos ouvir todos os lados para que o público construa a sua própria verdade.
O bom repórter também lê muito para oferecer conteúdo qualificado e confiável ao público. Ah! Ele também está sempre antenado. Uma simples conversa de família ou um panfleto pode crescer e virar pauta, basta seguirmos a nossa intuição. Também estudamos planilhas, dados, portais de acesso para fechar reportagens completas, relevantes e de utilidade. Às vezes, chegamos a correr riscos para denunciar o erro, a falha, a corrupção.
O repórter se importa. Ele cobra das autoridades não apenas por ofício. Aliás, acho que o jornalista tem uma missão, uma responsabilidade que está muito acima de uma profissão. E olha, chamamos de senso de coletividade, mas na verdade há um desejo oculto: mudar o mundo. Essa atividade é pra quem acredita. E sinceramente, eu acredito.
Acredito numa nova fase, em que toda essa Revolução da Comunicação esteja servindo para aproximar as pessoas. É o mobile que agrega, que constrói e que nos faz inovar e sair da zona de conforto. Desde os protestos de junho de 2013, tenho refletido muito sobre o papel do jornalista e como o público vê o nosso trabalho. Cheguei a várias conclusões, mas a que mais importa é que eu quero que o jornalista volte a ser visto como a voz da sociedade, o watchdog!
Eu acredito que o público vai ser cada vez mais participativo e se apropriar mais e mais dos espaços de comunicação para construir um jornalismo mais plural, colaborativo e que esteja pronto para se reinventar quantas vezes forem preciso conforme os anseios do nosso tempo.
Fonte: ZeroHora/Vanessa da Rocha/Jornalista da TVCOM (vanessa.rocha@tvcom.com.br) em 24/10/2015