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Tatiana Mareto Silva
Tatiana Mareto Silva

 

Ceres Marcon apresenta:  Entrevista com a escritora Tatiana Mareto Silva.

 

Tatiana Mareto Silva, nasceu em 09 de dezembro de 1977 na cidade de Cachoeiro de Itapemirim-ES, terra de Rubem Braga e Roberto Carlos. Sempre gostou de ler e de escrever. Começou a escrever fanfictions aos 12 anos e não parou mais.Por devoção à banda inglesa West Life, uniu-se a alguns grupos para compartilhar suas histórias. Em 2002 ganhou um prêmio de melhor fanfiction, com a história "Dezembro". Apenas em 2009 escrever o primeiro original: a trilogia O Segredo de Esplendora, concluída totalmente em 2011. Bastante inquieta, escreve diversas histórias ao mesmo tempo. Além de escrever, é graduada em Direito, pós-graduada em Processo Civil, Mestre em Políticas Públicas e Processo, leciona no Centro Universitário São Camilo-ES, sendo que é professora universitária desde 2006, e advoga eventualmente.

 

 

Como e quando surgiu a vontade de ser escritor(a)? Você já iniciou publicando em livros?

Eu sempre escrevi, desde o período escolar. Adorava as redações e os trabalhos que se relacionavam com a produção de textos. Comecei com pequenos escritos e, como tive excelentes professores de Português e recebi o incentivo necessário, produzi alguns livros artesanais enquanto ainda estudava o ensino fundamental. A adolescência foi um período pouco produtivo, porém escrevi diversas poesias entre meus 13 e 19 anos. Aos 12 anos iniciei um romance, Dezembro, que levou bastante tempo para ficar pronto, aproximadamente 5 anos. Não pensava em publicar absolutamente nada, tinha certa vergonha do que escrevia, pois acreditava que ninguém gostaria. Quando me envolvi com as fanfictions, comecei a publicá-las em grupos no Yahoo! e posteriormente no Nyah! Fanfiction. Em 2010, com incentivo de familiares e amigos, publiquei meu primeiro livro, A Origem, volume 1 da trilogia O Segredo de Esplendora, ainda de forma bem amadora. Ou seja, sempre tive vontade de ser escritora, mas demorei bastante tempo para pensar em publicar.

 

 

Como foi a publicação dos seus primeiros livros? Você precisou investir na publicação?

A publicação foi difícil porque eu tinha pouco conhecimento sobre o assunto e decidi aventurar-me assim mesmo. Com o livro iniciado, busquei informações sobre envio de originais para editoras e desanimei logo no primeiro dia de pesquisa. Decidi terminar a obra e autopublicar, uma tendência que estava se iniciando à época. Porém aconteceu tudo de forma muito amadora – publiquei a obra no Clube de Autores e na Bookess e investi uma alta quantia em uma tiragem de 500 exemplares, totalmente elaborada por mim e impressa em uma editora/gráfica da minha cidade.

 

 

Hoje você publicaria o livro em formato impresso ou apostaria nos meios digitais?

Sempre apostei no formato digital, tanto que comecei publicando na internet. Acredito que a globalização e a grande rede sejam aliados do autor contemporâneo, ele precisa aprender a utilizar os meios que são oferecidos. Todas as minhas obras são publicadas em formato digital e, com um pouco mais de experiência, eu nunca teria feito uma tiragem de 500 exemplares da minha primeira obra – atenderia ao leitor por demanda. Pretendo continuar a publicar em formato digital, pois vejo o e-book como um futuro promissor para a literatura.

 

 

Qual foi sua maior alegria e maior decepção depois do lançamento do livro?

A maior alegria foi ter o livro em mãos. É uma sensação engraçada, como se você conseguisse atingir um sonho muito louco e impossível. Também fiquei muito feliz com a recepção dos leitores, que foi positiva. As resenhas foram boas e a obra recebeu elogios, o que me deixou animada para prosseguir. Gosto muito de receber comentários, mesmo os que sejam aparentemente negativos, pois eles apontam falhas que precisam ser trabalhadas no escritor e na escrita e que muitas vezes não conseguimos enxergar. A maior decepção foi saber que livro não vende, que o que vende é o autor. Demorei um pouco para entender e aceitar isso, que hoje em dia o autor e sua rede pessoal-profissional são mais importantes do que a própria obra literária em si. Foi um grande desapontamento inicial, mas hoje compreendo isso e trabalho para que aconteça.

 

 

Como foi a venda e/ou a distribuição dos seus primeiros livros?

Iniciei como autora autopublicada, portanto venda e distribuição foi por minha conta. Não vendi quase nada em formato físico, apenas alguns exemplares para amigos, alunos, conhecidos e em feiras literárias e eventos. Por falta de tempo de me dedicar à literatura exclusivamente (eu tinha 2 empregos à época da publicação da trilogia), não conseguia frequentar muitos eventos e fazia poucas conexões importantes. Tudo acontecia na internet, principalmente nas redes sociais como Facebook e Twitter. A aposta no formato digital foi importante, pois com ela consegui disponibilizar minhas obras a um número maior de pessoas. Mas a venda sempre foi muito pouco significativa, com exceção de Jogos de Adultos, meu último livro publicado. Esse vendeu – e ainda vende – muito bem em formato digital e agora em formato impresso, já que fechei contrato com a Editora Literata.

 

 

O que o autor deve cuidar no contrato da editora?

Antes de falar do contrato com editoras, gostaria de fazer uma pequena abordagem sobre o que vi do mercado editorial até agora. Há muitas impressões sobre a literatura, principalmente reclamações de que as editoras só querem publicar celebridades e de que o mercado está inchado. As duas coisas são verdade, porém não devem ser encaradas de forma pejorativa ou negativa. Claro que editoras querem publicar quem venda, afinal elas são empresas e vivem de lucro. Isso não quer dizer que não publiquem boas obras, apenas que buscam aquele autor citado lá em cima, o cara que tenha os contatos, que tenha sua marca já estabelecida, que seja conhecido dos leitores. E quanto ao inchaço do mercado, ele é real por conta da autopublicação. Como eu posso me lançar como autor sem precisar da aprovação de ninguém, faço. Isso é ruim? Não, mas permite que muita gente se aventure a publicar livros com expectativas de um sucesso que nunca chegará. Aí vem a questão: eu consegui escrever a obra e submetê-la a uma editora, que a aprovou e tem uma proposta para mim. Como saber se essa proposta é boa, se está dentro do que o mercado oferece? Bem, a primeira coisa a se fazer é ler muito bem o contrato e buscar referências sobre a editora. Da mesma forma que há muitos autores, há também muitas editoras, principalmente por demanda, que não necessariamente possuem perfil idôneo. Os contratos são basicamente todos por adesão, o que impossibilitam a discussão ampla de suas cláusulas, mas isso também não é necessariamente ruim. Não recomendo que o autor pague valores absurdamente elevados para publicar seu livro, ele pode utilizar as ferramentas de autopublicação e iniciar sua plataforma de autor sem grandes investimentos. Sem contar que há muitas editoras que publicam sem cobrar do autor. Estando o contrato dentro do padrão de mercado e sendo do interesse do autor, não há muito mistério – é só pegar a caneta e começar o trabalho duro.

 

 

Como funciona a divulgação de seus livros?

Acredito que seja a parte mais difícil de ser escritor – ter a obrigação de divulgar sua própria obra, ou ela não vende e nenhuma editora vai te querer. Dramático? Nem tanto, mas funciona mais ou menos assim. Eu utilizo a internet para a divulgação massiva das minhas obras. Facebook, Twitter e blogs. O importante é ser lido diariamente, é fazer com que as pessoas te vejam, saibam que você existe. Focar no público alvo é muito importante, não adianta querer atingir todo mundo porque isso é quase impossível. Eu prefiro ter poucas curtidas na minha página mas saber que todas elas são de frequentadores ativos. Tento fazer postagens que estimulem a interação com o leitor, conversar, me fazer presente mesmo que virtualmente. Também não deixo que esqueçam quais são meus livros, estou sempre falando deles e compartilhando partes, personagens e imagens.

 

 

Que dica você daria para um escritor iniciante?

A primeira dica é: não acredite que escrever é um mero talento. Sim, escrever é talento, mas a sua profissionalização e aprimoramento são fundamentais para o sucesso do escritor. Técnicas existem e são importantes no processo criativo. Também recomendaria começar a formar a plataforma de autor antes de pensar em vender livros. Quer escrever? Então seja lido. Interaja com escritores e leitores, publique gratuitamente na internet, distribua livros digitais gratuitamente. Não pense em ficar rico e fazer muito sucesso com sua primeira obra, pois isso é muito raro de acontecer. Pode parecer óbvio, mas começar do início costuma render frutos melhores do que atropelar etapas e já se considerar um grande escritor antes mesmo de publicar a primeira linha. 

Para conhecer mais a autora, acesse o site http://www.tatianamaretosilva.com.br e fique por dentro das novidades sobre suas obras e novos lançamentos.