Translate this Page




ONLINE
9





Partilhe esta Página

                                            

            

 

 


Frankenstein — Versão de 1818: Mary Shelley
Frankenstein — Versão de 1818: Mary Shelley

CLÁSSICO DA LITERATURA DE SUSPENSE

 

FRANKENSTEIN – O MODERNO PROMETEU – Edição bilíngue comentada (português/inglês – Landmark, 320 páginas, capa dura, tradução de Doris Goettems), da escritora britânica Mary Shelley (1797-1851), esposa do imortal poeta Percy Shelley, autor do prefácio, romance publicado pela primeira vez em 1818, é considerado um clássico, um dos marcos do suspense de todos os tempos.

 

Mary Shelley escreveu o livro com apenas 19 anos, após encontro do casal Shelley com Lorde George Gordon Biron, em sua mansão às margens do lago Genebra.  Na introdução, a escritora conta como nasceu a história, os detalhes de sua estada na Suíça, em 1816, para veraneio, fazendo vizinhança com Lorde Byron.  Este sugeriu que ele, Percy e Mary Shelley mais o amigo John Polidori aproveitassem os muitos dias de chuva para escrever, cada um, uma história de fantasmas.  A proposta foi aceita.

 

O romance de terror gótico, com inspiração do movimento romântico, relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que busca recriar um ser vivo, uma criatura, através do uso da ciência em seu laboratório.  O romance obteve grande sucesso na época e gerou todo um novo gênero, tendo grande influência na literatura e na cultura popular ocidental.  A narrativa aborda, entre muitas coisas, a relação criador/criatura, com inevitáveis implicações religiosas, e mostra uma influência notável do clássico poema épico O PARAISO PERDIDO, de John Milton.  A influência torna-se explícita com o uso dos verbos do poeta na epígrafe e pelo fato de Frankenstein, o protagonista, ser leitor da obra de Milton.

 

Preconceito, ingratidão e injustiça também estão presentes.  A criatura é sempre julgada por sua aparência e agredida antes de ter oportunidade de se defender.  A inevitabilidade do destino, tema muito desenvolvido na literatura clássica, é constantemente aludida ao longo da obra que se presta a múltiplas interpretações e leituras.

 

As representações da criatura e sua história têm variado.  Seria ela uma simples máquina de matar ou uma criatura trágica e desarticulada?  A segunda hipótese é a mais próxima da narrativa.  A primeira adaptação do romance para o cinema foi feita pelos Edisons Studios, em 1910, e a mais famosa é a da Universal, de 1931, com Boris Karloff como a criatura.  Esta adaptação deu a aparência mais conhecida do monstro, com eletrodos no pescoço e movimentos pesados e desajeitados, apesar de o livro descrever a criatura de outro modo.  Novas versões, bastante divergentes da história do romance, vieram.  Uma, de Mel Brooks, em 1974; outra, de Kenneth Branagh, em 1994; e, em 2015, uma com James McAvoy como Frankenstein foram realizadas.

 

Enfim, com esta exclusiva edição integral, comentada e bilíngue, o leitor brasileiro tem à disposição uma obra que atravessou os tempos e que permanece no imaginário da humanidade.

 

Fonte:  Jornal do Comércio/Jaime Cimenti (jcimenti@terra.com.br) em 4, 5 e 6 de março de 2016.